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Rio Grande do Sul pode ter ocorrência de neve neste fim de semana

Com o avanço de uma frente fria nesta semana, o Rio Grande do Sul pode somar ao atual cenário de baixas temperaturas a ocorrência de granizo, chuva congelada e até neve em áreas como a Serra Gaúcha. A previsão também vale para algumas regiões de Santa Catarina, até a segunda-feira (12). Conforme a empresa de meteorologia Climatempo, as máximas devem ficar em torno de 10ºC no período.

Neste sábado, as mínimas giram em torno de 2ºC na maioria das regiões do mapa. Não está descartada a possibilidade de termômetros negativos nas regiões mais frias dos dois Estados.

O especialista Guilherme Borges, da Climatempo, detalha: “Há influência de uma frente fria bem importante, com forte massa continental e que vai favorecer essa condição de mais frio sobre o Rio Grande do Sul. Há a possibilidade de chuva congelada e uma pequena possibilidade de neve, principalmente nos pontos mais altos da Serra, à noite”.

Caso a previsão de neve se confirme, o fenômeno deve agradar em cheio a boa parte dos turistas de Gramado, que realiza mais uma edição de seu Festival de Cinema. A cidade ainda não teve ocorrência dos flocos gelados neste ano.

Entenda os fenômenos

A chuva congelada é diferente da neve, da chuva congelante e do granizo. Borges explica o fenômeno: “A chuva congelada ocorre quando a precipitação cai como chuva líquida, mas encontra uma camada de ar muito frio próxima à superfície. Isso é suficiente para congelar as gotas de água até chegar até o solo”. Meteorologista da MetSul, Estael Sias acrescenta:

– Chuva congelada: “Também chamada de chuva granular, ocorre quando a chuva se forma líquida, mas encontra temperaturas baixas logo em seguida, e congela antes de chegar na superfície”.

– Neve: “Para formar a neve, é necessário que haja nuvens mais rasas que as de temporal, em uma camada de temperatura muito baixa, inferior a zero, que é quando o vapor d’água congela e forma cristais de gelo. Então o floco de neve já se forma dentro da nuvem, ao redor de 1.500 metros de altura. Quando esse floco de neve sai de dentro da nuvem, até chegar ao solo, ele tem que encontrar a temperatura muito baixa para se sustentar sem derreter”.

Formação de neve é difícil

Apesar de o Sul do Brasil ter, muitas vezes, temperaturas baixas o suficiente para formar a neve, a especialista explica que existem outros fatores que dificultam essa formação. “O dilema no Rio Grande do Sul para que a neve aconteça é que, quando há frio suficiente para ocorrer neve, geralmente está associado a tempo seco, sem nuvens”, afirma.

A ocorrência de chuva com granizo também envolve uma combinação de fatores, segundo Estael. As nuvens de temporal, onde se forma o granizo, têm de 10 a 15 quilômetros de altura. Em chuvas muito fortes, pedaços maiores de gelo caem na superfície junto à chuva líquida: “A chuva congelada é mais opaca que o granizo, que é mais translúcido”.

Estael esclarece que ainda há divergências nos modelos quanto às previsões climáticas para o Sul do País, porém, mantendo a possibilidade de chuva com alguma chance de neve.

Fonte: Foto: Juliana Andrade/Arquivo Agência Brasi, Redação O Sul

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