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Trinta e cinco dias transformaram, literalmente, a vida da assistente social Darlene Pereira (PT), de 62 anos. Esse é o período entre o dia em que deixou de ser coordenadora de campanha, tornou-se candidata e foi eleita prefeita de Rio Grande, na região Sul do Estado, rompendo uma barreira histórica de 300 anos de fundação da cidade. Com 41.141 votos, foi eleita e, a partir de 2025, será a primeira mulher a governar a cidade.
“Foi uma surpresa porque não era para isso que eu estava planejando o meu futuro. Mas me dei conta que o que me trouxe candidata foi a minha trajetória, todo o meu processo de vida que foi dedicado à comunidade”, relembra Darlene, sobre o momento em que foi escolhida para substituir o então candidato a prefeito pela Frente Popular, Halley Lino de Souza, que teve que se afastar da campanha por motivos de saúde.
A experiência de concorrer à majoritária da cidade não era nova. Afinal, ela havia perdido as eleições de 2020 para o atual prefeito, Fábio Branco. Quis o destino, quatro anos depois, colocá-los em disputa novamente, mas com resultado diverso.
Casada há 38 anos com Alberto Flor Pereira e mãe de dois filhos, Darlene passou a dividir a sua rotina com a população após a vitória nas urnas.
Desde o dia 6 de outubro, ela tem agradecido pessoalmente aos eleitores que a apoiaram. Na última semana, entre uma reunião e outra, revisitou locais onde esteve como candidata antes da eleição, como o Mercado Público e paradas de ônibus.
A cada pessoa que conversou pelas ruas de Rio Grande, ela entregou uma carta, assinada por ela e pelo vice-prefeito eleito Paulo Renato Mattos Gomes, o Renatinho. O grupo esteve, por exemplo, na praça Tamandaré, uma das principais da cidade, juntamente dos vereadores eleitos, na feira livre do Cassino e também na Vila Mangueira. “Foram vários outros locais ao longo da semana, para dialogar com a nossa comunidade e receber o carinho e o abraço deles, o que tem sido extremamente positivo pra mim”, observa.
A intenção da prefeita eleita é ser reconhecida pelos rio-grandinos como uma pessoa humana e próxima da comunidade. “E é assim que eu quero ser prefeita, estando perto da comunidade para trabalhar pelas pessoas”, disse. Ela conta que o primeiro dia pós-eleições foi extremamente agitado, dividindo as atenções entre a imprensa e as reuniões para dar início ao processo de transição, inclusive com o próprio Fábio Branco.
Darlene é incansável na defesa da solidariedade, dos direitos sociais e das pessoas. Ela admite estar se acostumando a ser chamada de prefeita eleita. “Quando as pessoas me falavam nas entrevistas, nas conversas, e já me chamavam de prefeita, estranhei. Aos pouquinhos, a gente está vendo o significado e a importância desse nome. Isso vai além da Darlene. É uma instituição que precisa estar atenta para cuidar da cidade. É um marco histórico que pode servir de inspiração para muitas mulheres também ingressarem na política”, relata.
Não será a primeira vez que Darlene estará atuando na prefeitura. Ela liderou o Gabinete de Programas e Projetos Especiais na prefeitura de Rio Grande, onde coordenou a reestruturação dos serviços públicos e viabilizou mais de R$ 200 milhões em investimentos para obras essenciais em mobilidade, saúde, educação, infraestrutura e saneamento.
Antes do período eleitoral deste ano, Darlene presidia uma instituição filantrópica que atua com crianças, atendendo em turno integral, com educação e assistência. Além disso, seguia como voluntária no Comitê de Ação da Cidadania, do qual é a fundadora. No período das enchentes, como assistente social, prestou atendimento técnico ao grupo. “Essa é a minha vocação, sempre estive envolvida na atuação com a comunidade”, enfatiza ela.
Fonte: Foto: Cleiton Bengua / Múltipla Comunicação / CP, Angélica Silveira, Correio do Povo