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Após ter o gramado submerso e ser parcialmente destruído pela força das águas do Guaíba, o Beira-Rio voltará a ser palco do jogo mais importante do mundo para todos os gaúchos: o Gre-Nal. Neste sábado, Inter e Grêmio, cada um com seus objetivos, revivem sua histórica rivalidade enfrentando-se pela 443ª vez e celebrando a volta do clássico a Porto Alegre − no primeiro turno do Campeonato Brasileiro, devido à interdição da Arena pelo mesmo motivo, o Gre-Nal foi jogado no estádio Couto Pereira, em Curitiba. Por isso, mesmo antes de a bola rolar, já é um clássico histórico. Além disso, os pontos serão decisivos para as perspectivas de ambos os clubes na reta final da temporada.
Mas há outros ingredientes que tornam a partida deste sábado emblemática. Para começar, trata-se de um duelo de dois velhos conhecidos. Roger Machado já foi auxiliar de Renato Portaluppi. Eles dividiram o vestiário e trocaram ideias sobre a equipe gremista em duas passagens, em 2011 e 2013. Em seguida, Roger seguiu a carreira em outros clubes, já como técnico, assim como Renato.
Porém, eles quase se reencontraram uma década mais tarde: na reta final da campanha gremista na Série B, em 2022, o ex-atacante substituiu o antigo lateral quando faltavam apenas 11 rodadas para o final do Brasileirão e a volta para a primeira divisão estava encaminhada. Naqueles dias, o então presidente Romildo Bolzan entrou em contato com Renato para contratá-lo antes de demitir Roger, algo não digerido muito bem. Daquele episódio, ficou um mal-estar não exatamente com o colega, mas com o presidente da época.
Além disso, Roger falou que o jogo entrará para a sua história pessoal. Afinal, é o seu primeiro clássico no lado colorado após dez anos treinando o Grêmio, fora aqueles nos quais esteve em campo como jogador. Por isso, chamou o clássico de “momento singular” e afirmou que o colocará na “história” de sua vida. “Em 32 anos de futebol, já joguei muitas vezes contra (Grêmio), estando em outros times. Mas agora, pelo Inter, vai ser algo singular”, afirmou.
Renato, por sua vez, preparou-se para o duelo à sua forma. Primeiro, deu folga de quatro dias para os jogadores gremistas após a derrota para o Atlético-MG, na quarta-feira da outra semana, por 2 a 1. Depois, adiou em um dia a sua própria reapresentação, sendo fotografado na noite de segunda-feira, mesmo dia em que o grupo voltou ao trabalho, sentado em um bar na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro.
“Eu conheço o Renato. Sei como ele funciona e como ele vai mobilizar internamente o seu grupo. Independentemente das motivações do adversário e da organização da semana deles, a gente precisa olhar para nosso time. Temos nossas ambições e existem segredos envolvidos em clássicos”, avaliou Roger, em entrevista nesta semana.
O Colorado também estendeu o descanso dos seus jogadores, mas o último jogo do Inter foi exatamente há duas semanas, contra o Corinthians. Ou seja, os colorados voltaram ao trabalho na quinta-feira da passada, quando os rivais começavam a folgar. O tempo maior foi importante para tentar recuperar os lesionados, que são muitos e importantes. A princípio, Borré e Fernando devem começar o jogo, enquanto Rogel tem mais chances de ficar no banco.
No Grêmio, as baixas também são relevantes. Reinaldo está suspenso pelo terceiro cartão amarelo e, por último, Renato perdeu Kannemann, que voltou a sentir dores musculares e ficou fora do treino desta sexta-feira, o último antes do clássico.
Seja como for, colorados e gremistas lutarão por seus objetivos. O Inter enxerga a possibilidade de chegar a uma vaga direta na próxima Libertadores. Já o Grêmio, que ficou próximo por tempo demais da parte de baixo da tabela, busca fugir dessa zona para disputar a classificação para a Sul-Americana. É pouco diante da grandeza dos dois clubes, mas considerando as dificuldades do ano, não é tão ruim.
Inter
Rochet; Bruno Gomes, Clayton Sampaio, Vitão e Bernabei; Fernando, Bruno Henrique, Gabriel Carvalho, Alan Patrick e Wesley; Borré. Técnico: Roger Machado.
Grêmio
Marchesín; João Pedro, Rodrigo Ely, Jemerson e Mayk; Dodi, Villasanti, Edenilson e Cristaldo; Aravena (Soteldo) e Braithwaite. Técnico: Renato Portaluppi.
Grêmio
Marchesín; João Pedro, Rodrigo Ely, Jemerson e Mayk; Dodi, Villasanti, Edenilson e Cristaldo; Aravena (Soteldo) e Braithwaite. Técnico: Renato Portaluppi.
Fonte: Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA / CP e Ricardo Duarte / Inter / CP, Fabrício Falkowski e Lucas Mello, Correio do Povo
