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A primavera começa oficialmente nesta quarta-feira (22) às 16h21 (horário de Brasília). A primeira semana da estação será marcada por chegada de frente fria no Sul e Sudeste. Para a maior parte do país, a primavera vai trazer temperaturas mais altas e o retorno das chuvas.
“A primavera é uma estação de transição, ela está entre o inverno e o verão, por isso ela tem características de ambas as estações, ou seja, normalmente temos dias mais quentes e secos e outros dias mais chuvosos e com temperaturas mais baixas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste”, explica César Soares, meteorologista da Climatempo.
O início da estação é chamado de equinócio de primavera – quando as horas do dia e da noite têm a mesma duração de 12 horas – com exceção de partes do Amazonas, Pará e quase a totalidade de Roraima e Amapá, que ficam no Hemisfério Norte. A estação termina em 21 de dezembro.
Primavera começa fria no Sul e Sudeste
A primeira semana da primavera será marcada por queda nas temperaturas do Sul e Sudeste do país devido a aproximação de um ciclone extratropical – fenômeno meteorológico de baixa pressão atmosférica que dá origem às frentes frias – que se formou na segunda-feira (20) próximo ao continente.
Esse fenômeno é caracterizado pela presença de fortes ventos e chuvas de intensidade moderada a torrenciais. “Eles [os ciclones extratropicais] são formados pelo choque de massas de ar diferentes. Nesse caso específico, o ciclone foi formado pelo choque de duas massas de ar, sendo uma mais fria e seca vinda do sul e outra mais úmida e quente vinda das áreas do subtrópico, como no Sudeste do Brasil”, explica César Soares.
Chuvas da estação não irão resolver crise hídrica
De acordo com o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a previsão para o trimestre neste ano indica probabilidade de chuva acima da média histórica no Norte, Centro e Leste do Brasil, mas o total não deve ser o suficiente para encher os reservatórios.
O nível de água dos principais reservatórios do país continua baixando e rápido. A situação é mais preocupante no conjunto de hidrelétricas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, que concentra 70% de toda a água armazenada no Brasil.
Segundo análises feitas pelo Climatempo, no mês de outubro irá chover mais do que a média histórica, enquanto em novembro as chuvas serão irregulares. Dezembro deve ser o mês mais crítico do trimestre, registrando volume de chuva abaixo da média histórica para o período.
“Isso não quer dizer que não vai chover. Isso não quer dizer que não teremos grandes temporais, mas que a quantidade de chuva esperada para o mês será menor do que a média e a temperatura será maior do que o normal”, diz Patrícia Madeira, meteorologista da Climatempo.
De acordo com a especialista, antes que os reservatórios possam encher novamente, é necessário que chova um volume suficiente para umedecer o solo. Por isso, ainda que haja temporais, não significa que o problema dos reservatórios será solucionado rapidamente.
“Então, mesmo que chova mais do que a média em outubro, ainda não será o necessário para diminuir o custo da energia”, explica Madeira.
Fonte: Foto: Divulgação, Redação O Sul