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A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta sexta-feira (10), a Operação Hipertrofia para desarticular um esquema que desviava medicamentos da Farmácia Municipal de Pelotas, no Sul do RS.
Cinco pessoas foram presas. Os agentes cumpriram 13 mandados de busca e apreensão em endereços ligados à quadrilha e na sede da Farmácia Municipal. O bando desviava um tipo específico de remédio controlado de alto custo, que depois era revendido no mercado paralelo.
“Foram desviadas vultosas quantidades de Somatropina, medicamento popularmente conhecido como GH – abreviação de Growth Hormone, em português, hormônio do crescimento. O medicamento é essencialmente prescrito para tratamento de crianças que são acometidas por deficiência em seu desenvolvimento físico. No entanto, a aplicação de Somatropina, é bastante difundida em academias de musculação e de atividades similares, visto que proporciona aos praticantes da modalidade um acréscimo na hipertrofia muscular”, destacou o delegado Gustavo Pereira.
Segundo as investigações, foi criado na Farmácia Municipal um procedimento administrativo falso para o recebimento de Somatropina em nome de uma criança que não necessitava da medicação. A partir daí, ficou constatado, somente nesse único processo, a liberação de mais de 2.640 caixas do remédio, totalizando um prejuízo de R$ 316.800 aos cofres municipais, tendo em vista que o medicamento é fornecido gratuitamente pelo Estado para tratamento de pessoas sem condições financeiras.
“Uma ex-servidora do município forjou processo administrativo para a obtenção de medicamento controlado para uma criança saudável e cadastrou a própria sobrinha como responsável pela retirada. A familiar da ex-servidora municipal repassava a medicação para outro suspeito que fazia a venda no mercado paralelo. Somente em dezembro de 2020, foram retiradas indevidamente 240 ampolas da medicação, ou seja, em um único mês quase R$ 30.000 de recursos destinados à saúde pública foram desviados”, explicou o delegado.
Durante a investigação, identificou-se situação ainda mais grave, com a comprovação de desvio do medicamento em processos administrativos legais, nos quais as crianças que realmente necessitavam da medicação não a recebiam. A investigação policial durou cerca de seis meses e conseguiu identificar a participação de diversas pessoas.
“A Somatropina é considerada substância anabolizante, proscrita por portaria da Anvisa, portanto, a sua comercialização ilegal incide na prática de tráfico de drogas e associação para o tráfico,” esclareceu Pereira.
Os investigados devem responder pelos crimes de falsificação de documento público, falsidade ideológica, inserção de dados falsos no sistema, violação de sigilo funcional, peculato, tráfico de drogas e associação para o tráfico.
Fonte: Foto: Polícia Civil/Divulgação, Redação O Sul