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A Polícia Federal (PF) segue, pelo segundo dia, extraindo dados do celular de Francisco Wanderley Luiz, apontado como autor de ataques com bombas ao Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de quarta-feira (13). O celular foi apreendido na manhã de quinta em um trailer que seria de Wanderley e estava em um estacionamento nas proximidades do STF e da Câmara dos Deputados. O aparelho está sendo periciado no Instituto Nacional de Criminalística (INC), da PF.
A perícia começou na quinta-feira (14). De noite, as primeiras mensagens começaram a ser analisadas. Nesta sexta-feira, a extração de dados prossegue. Segundo investigadores, as mensagens no celular poderão ajudar a saber se Wanderley teve apoio e qual seria seu plano.
O que já se sabe na investigação é que uma das últimas mensagens seria do autor com o filho, que está em viagem no Paraná. O filho prestou depoimento à PF e disse que recebeu mensagem “em tom de despedida” do pai, mas só entendeu após o atentado ser noticiado.
A ex-mulher do homem-bomba também foi interrogada e disse que o plano de Francisco Wanderley era matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“[Ele] queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”, disse a ex-mulher a agentes da PF. O caso está sendo investigado pela divisão antiterrorismo da Polícia Federal, em Brasília.
Quem é o autor
Conhecido como “Tiu França”, Francisco Wanderley Luiz, de 59 anos, morreu durante as explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Sua identidade foi confirmada pela Polícia Federal por meio de reconhecimento visual. França foi candidato a vereador pelo PL em 2020 na cidade de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina, a 200 quilômetros de Florianópolis. Na ocasião, ele recebeu 98 votos e não conseguiu uma vaga na Câmara Municipal.
Segundo declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele teria R$ 263 mil em bens. Os valores eram divididos entre motocicletas, três carros e um prédio residencial. Ele estava morando em Ceilândia, cidade satélite de Brasília. No imóvel, policiais acharam sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
De acordo com uma testemunha, França possuia uma espécie de “carretinha”, a mesma que foi localizada no estacionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) próximo ao seu veículo que também explodiu. O deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) afirmou, durante entrevista à CNN, que conhecia França desde a juventude.
“O França, a família dele, um amigo querido lá de Rio do Sul, a minha terra, desde a minha juventude que eu conheço ele e conheço a família dele”, afirmou Goetten. Ainda segundo o deputado, Francisco Wanderley Luiz foi um empreendedor de sucesso em sua cidade.
“Sempre foi um cara de vanguarda, um cara muito atualizado, antenado com as tendências do mercado. E ele dominou o cenário das noites em Rio do Sul por muito tempo”, citou Goetten.
Os problemas na vida de França teriam começado após a separação de sua esposa. O parlamentar se encontrou com ele em 2023, em seu gabinete, na Câmara dos Deputados.
“Fiquei muito contente com a visita dele. Mas senti ele, até comentei com colegas do gabinete, um tanto quanto alterado, com problema mental. Ele falou para mim com a separação e senti que isso abalou muito ele. Não era aquele amigo lá de Rio do Sul que eu conhecia”, prosseguiu.
Fonte: Foto: Reprodução, Redação O Sul