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Polícia Civil retoma depoimentos sobre a morte de João Alberto no Carrefour de Porto Alegre

A Polícia Civil retomou nesta segunda-feira os depoimentos sobre a morte de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro de 40 anos, que foi morto por dois seguranças no estacionamento do Carrefour, na zona Norte de Porto Alegre, na quinta-feira passada.

A delegada Roberta Bertoldo, da 2ª Delegacia de Homicídios, informou que mais de 20 pessoas já foram ouvidas entre investigados e testemunhas. “Não paramos no final de semana e a previsão de conclusão do inquérito deverá ocorrer até o final desta semana”, ressaltou. Ela não quis adiantar quantas pessoas foram ouvidas hoje entre testemunhas e funcionários do hipermercado. Segundo ela, a Polícia Civil além de estar investigando o homicídio, trabalha também na investigação de injúria racial, racismo, falso testemunho e omissão de socorro.

Conforme a delegada, poderá ocorrer a prorrogação do período de apuração do caso e ainda estão sendo aguardados resultados da perícia. A Polícia Civil segue analisando as imagens de um vídeo em que João Alberto Silveira Freitas aborda uma funcionária do Carrefour – a fiscal do caixa que depôs no final de semana. Beto, como era chamado pelos familiares e amigos, foi espancado até a morte enquanto uma outra pessoa filmava a agressão.

Testemunhas alegam que a vítima fez um gesto com as mãos a uma funcionária do Carrefour, fato que teria iniciado a confusão. Segundo o Instituto-Geral de Perícias (IGP), a provável causa do óbito foi asfixia. O policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva, que participou das agressões que levaram à morte de João Alberto Silveira Freitas, era funcionário da empresa Vector, que prestava serviços para o setor de prevenção e perdas no Carrefour do Passo D’Areia. O advogado de Giovane informou que o seu cliente não queria matar o homem no estacionamento do supermercado.

Segundo o advogado David Leal, o fato foi um acidente e não teve motivação racista. Já a defesa do segurança Magno Braz Borges disse que vai aguardar a conclusão do inquérito policial para se manifestar sobre o caso. Beto morreu na véspera do Dia da Consciência Negra, comemorado no dia 20 de Novembro. Foram presos pelo crime duas pessoas que atuavam na vigilância da loja: o policial militar temporário Giovane Gaspar da Silva e o segurança Magno Braz Borges.

O pai de Beto, João Batista Rodrigues Freitas, 65 anos, disse que a morte do seu filho foi sim um caso de racismo que ocorreu nas dependências do Carrefour. “Quando cheguei ao supermercado perguntei a segurança do estabelecimento se o meu filho havia roubado ou mexido com alguém. Perguntei a eles porque agressão tão bárbara. Eles simplesmente não me responderam nada. Por causa de um soco, precisava ter matado o meu filho”, lamentou.

O aposentado pediu Justiça e lamentou que os protestos por igualdade racial só aconteçam após fatos como a morte de João Alberto Silveira Freitas. “Eu queria que esses movimentos nascessem das salas escolares. Sem agredir ninguém. A vida do meu filho não vai voltar, mesmo. Alguma coisa há de servir pelos outros”, acrescentou.

Fonte: Foto: Alina Souza, Cláudio Isaías, Correio do Povo

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