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De olho na concorrência com os bancos digitais e diante da enorme popularidade do Pix no Brasil, instituições financeiras ampliaram as possibilidades de uso do pagamento instantâneo, do financiamento e do cartão de crédito. Com isso. dá para fazer um Pix e financiar essa mesma compra – ou até jogar o pagamento para o cartão de crédito. Ou, ainda, antecipar faturas do cartão que só venceriam daqui a alguns meses para pagar à vista com desconto.
A flexibilidade chega também ao varejo, com grandes marcas oferecendo novas modalidades de pagamento na hora de fechar o carrinho de compras. A tendência, dizem especialistas, é que o cliente tenha cada vez mais opções.
“Os bancos, sabendo que a fronteira tecnológica está caminhando para pagamentos por aproximação e para eventualmente não ter nem mais que usar o plástico, já estão promovendo e aceitando o meio de pagamento que já existe, o Pix, para operações de crédito”, diz Luis Miguel Santacreu, gerente de análise de instituições financeiras da Austin Rating.
O Pix crédito — modalidade na qual a transação instantânea cai na conta de quem recebe mas, para quem paga, o valor pode ser parcelado , em um cartão vinculado à conta ou não, com ou sem cobrança de juros, a depender do cliente — chegou ao mercado em 2022 e ganha cada vez mais adesão. O editor de vídeos Danilo Lima, de Salvador, já usou o Pix crédito em compras pequenas e até mesmo para pagar parte do aluguel num momento de emergência, recorrendo ao crediário oferecido pela palma da mão:
“O aluguel apertou e uma parte foi no Pix crédito. Não gosto de pegar emprestado e, no banco tradicional, as taxas eram maiores. Mesmo com os juros, às vezes, em compras pequenas, vale a pena, porque os juros são de um, dois reais”, ele diz, destacando ainda que as opções aparecem de forma rápida e clara no celular, com os detalhes de todas as taxas cobradas e o valor de cada parcela.
Para as instituições financeiras, além de reter a clientela, o Pix crédito traz a vantagem de redução de custos, avalia Santacreu. O uso do cartão, pressupõe pagar taxas às maquininhas e também a produção do plástico, o que acaba encarecendo a operação na comparação com as transferências via celular.
“E há também uma questão geracional. O celular para o jovem é onde está tudo. Então os bancos olham para essa nova geração, que vai numa loja comprar uma roupa e “passa” o celular”, diz o especialista.
O movimento acontece também nos grandes e-commerces do País. Depois de Shopee e Mercado Livre, a Amazon anunciou, no mês passado, um crediário que pode ser contratado no momento de fechar o carrinho. Com taxas que variam de 4% a 7,8% ao mês, a depender do perfil do cliente, a compra pode ser parcelada em até 24 meses, com valor mínimo de R$ 20 por parcela.
Para quem tem uma folga no orçamento, uma outra modalidade que vem ganhando o mercado é a antecipação de parcelas futuras do cartão de crédito. O cliente pode optar por pagar já prestações que só venceriam daqui a alguns meses, normalmente com desconto. Segundo a educadora financeira Carol Stange, é preciso fazer as contas porque nem sempre a antecipação vale a pena.
Se o desconto for maior do que o cliente ganharia se deixasse o valor aplicado num investimento conservador (como por exemplo um fundo de renda fixa ou o Tesouro Selic), antecipar a fatura pode ser um bom negócio. Para se ter uma ideia, a taxa básica de juros da economia hoje está em 10,75% ao ano. Caso contrário, não há ganho financeiro, mas apenas a vantagem de ter o limite do cartão liberado.
Fonte: Foto: Reprodução, Redação O Sul