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O GP da Itália foi daqueles malucos e teve um pódio jamais imaginado neste domingo. O francês Pierre Gasly fez a corrida da sua vida, segurou a pressão da McLaren e venceu pela primeira vez na Fórmula 1 com a AlphaTauri. No show dos azarões, Carlos Sainz quase conseguiu sua primeira taça no degrau mais alto, mas fechou em segundo, com Lance Stroll em terceiro para a Racing Point. Uma corrida fraquíssima e Bottas e uma penalização a Hamilton tiraram as Mercedes da disputa e incendiaram a corrida.
A largada das McLaren e a arrancada de Bottas foram os destaques no começo da corrida. O finlandês por sair da linha muito mal e os laranjas com um ataque fulminante que relegou a Mercedes ao quarto lugar. Lá na frente, Hamilton foi soberano e começou a abrir.
Sem confiança, Bottas também foi ultrapassado por Sérgio Perez e, logo em seguida, por Daniel Ricciardo. Max Verstappen foi outro que largou mal e caiu para sétimo.
A prova indicava um domínio soberano da Mercedes número 1, enquanto Sainz abria vantagem em segundo para o resto do pelotão. Bottas não conseguia atacar Ricciardo e era acossado por Verstappen. O primeiro susto veio, então, com Sebastian Vettel. Sem motor para atacar, ele também ficou sem freio enquanto disputava com as Williams, passando como um ariete no meio dos isopores da chicane antes de abandonar.
A essa altura, Pierre Gasly, Charles Leclerc e Kimi Raikkonen apostaram em anteciparem suas paradas. Seria decisivo para eles na corrida por conta do que viria a seguir. Kevin Magnussen quebrou e parou na entra dos pits, fazendo o safety car entrar.
A Mercedes reagiu mais rápido que a regra, dessa vez, e acabou punida. O box estava fechado e Hamilton acabou fazendo sua troca de pneus de forma irregular. Por conta disso, tomou uma penalização de 10 segundos com stop and go.
Quando todo mundo parou, a Racing Point arriscou deixar Lance Stroll sem parar e ele alinhou em segundo, com Pierre Gasly em terceiro seguido das duas Alfa. As McLaren apareciam como favoritas atrás dessa turma, já tendo parado e com mais pneus.
Na relargada, Leclerc foi para cima de Giovinazzi e tentava atacar as posições de pódio quando veio o grande susto. O monegasco perdeu a traseira no meio da parabólica e bateu seco no muro de pneus. Felizmente, conseguiu deixar o carro sozinho, mas o dano à barreira foi tão grande que obrigou a paralisação da corrida para sua reconstrução.
Veio a relargada e Hamilton foi aos boxes imediatamente, voltando a 36 segundos do líder, que era Pierre Gasly. O francês tinha reais chances de ganhar um GP para a AlphaTauri!
Quem fez lambança foi Stroll. Partindo como primeiro que não tinha punição, ele caiu para sexto errou a segunda chicane e voltou à pista todo torto para ocupar o quarto lugar. A Alfa Romeo, por sua vez, tinha Raikkonen em segundo, mas fez a escolha tática errada de usar pneus macios, eventualmente transformando o finlandês numa chicane móvel sem pneus.
Carlos Sainz, por sua vez, era a estrela da corrida, passando Stroll e Raikkonen para perseguir Gasly em busca do retorno da McLaren às vitórias. Com pneus médios, ele logo transformou a desvantagem de 4,5s para dois e, na volta 46, 1,6s. Chegar ia chegar, tinha que ver na disputa de pista.
Lá atrás, Raikkonen começou a ser superado por vários, fazendo frente a alguns. Hamilton a essa altura tinha chegado no pelotão e mostrava para Bottas, estacionado atrás de Norris, como é que se ultrapassa. Na mesma volta 46, ele entrava na zona dos pontos ao passar a Alfa Romeo. O britânico faria um belo espetáculo para escalar até sétimo, apenas duas posições atrás do colega.
Mas o show era todo de Gasly a essa altura. Com menos carro, ele via a diferença para Sainz cair a cinco voltas do fim, com 1,2s. A turbulência, porém, impedia que o espanhol entrasse na zona de asa móvel. Ele mudou regulagens, apertou o braço e consegui. Na última volta. Com todo mundo prendendo a respiração, ele ensaiou botar de lado na frada, Gasly freou mais tarde e segurou. Sainz tentou atacar na reta oposta, mas era tarde. Pierre Gasly botava a França no topo do pódio pela primeira vez desde 1996, com Olivier Panis.
O refugo da Red Bull esfregava na cara de Helmut Marko seu talento. No seu GP 55, com a equipe B, Gasly entrou para a história como um vencedor na Fórmula 1. Nos pontos, Norris completou uma corrida discreta em quarto, segurando o discretíssimo Bottas. Ricciardo foi sexto numa corrida que a Renault sabia ter muito mais potencial. Hamilton lutou demais para ser sétimo, passando Esteban Ocon na volta final. Daniil Kvyat e Sérgio Perez finalizaram o top 10.
Fonte: Foto: Matteo Bazzi / AFP / CP, Bernardo Bercht, Correio do Povo