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Divulgado na tarde desta sexta-feira (19), o mapa da 46ª rodada do distanciamento controlado mantém todo o Rio Grande do Sul sob bandeira preta (altíssimo risco epidemiológico), pela quarta semana consecutiva, devido às taxas elevadas de propagação do coronavírus e ocupação hospitalar. A configuração é definitiva, sem direito a recurso por parte das prefeituras e entidades regionais.
Já no começo da noite, o governador Eduardo Leite anunciou a retomada, a partir de segunda-feira (22), da possibilidade de cogestão regional, mecanismo por meio do qual uma prefeitura podem adotar regras mais brandas que as impostas pela bandeira de sua respectiva região no sistema de distanciamento controlado. Mas as restrições de atividades não essenciais continuam até o dia 4 de abril.
Além disso, em um cenário no qual todo o mapa do Rio Grande do Sul permanece sob bandeira preta (altíssimo risco epidemiológico para coronavírus), quem optar por seguir diretrizes da cor vermelha (alto risco) encontrará protocolos mais rígidos que os vigentes até fevereiro, último mês em que esse status foi aplicado.
O Gabinete de Crise do Palácio Piratni também suspendeu atividades não essenciais aos fins de semana e feriados, durante 24 horas. De segunda a sexta-feira, essa proibição continua entre 20h e 5h. Saiba mais sobre as novas diretrizes em reportagem publicada nesta edição de “O Sul”.
Situação preocupante
Dentre os 11 indicadores monitorados pelo sistema de enfrentamento à pandemia no Estado, a comparação com a semana anterior mostra novamente uma forte elevação no número de óbitos (31%) e de internados em UTI (10%).
“Mesmo com o aumento de 4% no total de leitos de terapia intensiva e redução de internados por outras causas, a elevação de pacientes de UTI por Covid manteve a alta pressão sobre o sistema de saúde”, frisou o governo gaúcho. “Estão sendo ocupados inclusive espaços fora dos leitos regulares, o que indica operação acima da capacidade de algumas regiões.”
Esta é a terceira semana consecutiva que o Rio Grande do Sul apresenta déficit de leitos livres de UTI para atendimento a casos de coronavírus. Enquanto na 43ª rodada (divulgada em 26 de fevereiro) o Estado tinha 229, na seguinte (com publicação em 5 de março) esse número era de -25, depois -213 na 45ª rodada (12 de março) e agora -299.
A pressão sobre o sistema hospitalar levou novamente ao acionamento de salvaguarda em uma região: Santa Rosa, que ficou com média de 2,49, o que a colocaria em bandeira vermelha (alto risco). Mas tanto a trava regional para bandeira vermelha e preta quanto a estadual para bandeira preta foram ativadas para evitar colapso no sistema de saúde.
Bagé, que na semana passada receberia bandeira vermelha (assim como Pelotas, se não tivesse a trava de segurança estadual) foi para o topo do ranking entre as regiões, ficando com a média mais alta, de 2,85.
Plano de contingência
Elaborado em fevereiro de 2020, o Plano de Contingência Hospitalar já está na quarta e última fase. Cada uma das etapas desenhadas no início da pandemia sinaliza as ações e a forma como a Secretaria da Saúde deve organizar os serviços hospitalares e a movimentação da rede para acesso dos pacientes aos serviços.
Desde 25 de fevereiro, quando a ocupação geral das UTIs passou de 90% no Estado, foi acionado o último nível (C) da fase 4, específico para uma situação de extrema gravidade. Esse status resulta na suspensão imediata das cirurgias eletivas (exceto operação de urgência ou com risco ao paciente se não realizada) e na diretriz para uso de todos os espaços disponíveis em cada hospital para casos graves da doença.
Com isso, foram instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em UTIs intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, também foram acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.
(Marcello Campos)
Fonte: Foto: Divulgação/Palácio Piratini, Redação O Sul