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Parcelamento de salários leva rodoviários a protestarem em Porto Alegre

Os rodoviários de Porto Alegre realizaram nesta segunda-feira um protesto em função do parcelamento dos salários que estão ocorrendo por parte das empresa de ônibus em decorrência da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). O presidente em exercício do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte de Porto Alegre (Stetpoa), Sandro Abbade, afirmou que a iniciativa da categoria, formada por aproximadamente oito mil trabalhadores, foi mostrar para a patronal que os trabalhadores querem dialogar sobre o que está ocorrendo.

Os sindicalistas realizaram a entrega de panfletos para os motoristas e cobradores nos corredores de ônibus das avenidas João Pessoa, Farrapos e Osvaldo Aranha. Segundo Abbade, não está descartada a possibilidade de novas manifestações nas garagens da empresas e nas vias da Capital se continuar o parcelamento dos vencimentos e do vale-alimentação. “Estamos defendendo que os trabalhadores não tenham mais os seus salários parcelados”, destacou. A manifestação dos rodoviários nos três corredores de ônibus foi acompanhada pela Brigada Militar e pelos agentes da EPTC.

Conforme Abbade, a entidade também está tomando conhecimento de algumas demissões que estão ocorrendo e pretende tentar segurar esses cortes. “Os trabalhadores querem dialogar sobre o que está ocorrendo. A nossa intenção é fazer com que as empresas de ônibus paguem corretamente os funcionários. Os salários estão sendo parcelados e a parte que elas devem pagar, não estão pagando”, ressaltou. De acordo com o presidente em exercício do Stetpoa, 80% das empresas aderiram ao parcelamento de salários, mesmo com a adesão ao programa do governo federal, o que na avaliação da entidade é inadmissível para os trabalhadores que vêm cumprindo papel essencial no enfrentamento da Covid-19.

A Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) anunciou no início deste mês que oito das 11 empresas tiveram que parcelar os salários dos rodoviários em razão da crise financeira das empresas de ônibus privadas. De acordo com Abbade, a categoria também analisa a possibilidade de demissões no futuro e pretende tentar segurar isso. “Queremos conversar com o sindicato patronal. Todo dia temos menos ônibus nas ruas, mais trabalhadores estão ficando em casa e sem receber salário. O protesto categoria é direcionado a esse contexto que estamos vivendo hoje, porque está nos parecendo que a medida provisória está sendo mais uma cortina de fumaça para prejudicar o trabalhador”, acrescentou.

Sobre as demissões, Abbade destacou que praticamente todas as empresas estão demitindo, mas o que mais assusta é a redução das tabelas de horário. “Estamos preocupados e mais ainda com essa dificuldade, porque os trabalhadores, além de estarem recebendo menos, estão com os vencimentos parcelados”, destacou. O presidente em exercício do Stetpoa afirmou que não está descartada a possibilidade de uma paralisação dos rodoviários por tempo indeterminado. Abbade disse ainda que a categoria sofre diretamente com a recessão provocada pela falta de diálogo e a péssima condução do tema por parte dos empresários e da prefeitura.

 

Fonte: Foto: Alina Souza, Claudio Isaías, Correio do Povo

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