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A demanda por leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) segue em tendência de alta em Porto Alegre. De acordo com o coordenador do Complexo de Regulação da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Jorge Osório, na última semana a média móvel de solicitações de internação em leitos de UTI adulto foi 38, sendo que pelo menos metade delas estavam relacionadas com síndromes respiratórias, dentre as quais está a Covid-19. Na tarde desta segunda-feira, pouco mais da metade das UTI adulto da Capital estava ocupada com pacientes confirmados ou suspeitos do novo coronavírus. Eram 354, sendo 306 confirmados e 48 suspeitos. Ao todo, são 788 leitos disponíveis, dos quais 683 estavam ocupados.
Além disso, pelo menos 13 pacientes com diagnóstico positivo da doença aguardavam por leitos nas emergências dos hospitais, às 18h30min. “Ainda é uma demanda muito alta, começamos a estabilizar nos últimos dois dias em 36 solicitações diárias de internação em UTI, mas é muito elevado, embora com algum sinal de estabilização”, afirma Osório. A taxa de ocupação geral era de 88.5% no fim da tardde.
Além da questão específica do novo coronavírus, que ocupa parte expressiva dos leitos de UTI da Capital, Osório comenta que diversas complicações seguem acontecendo. Entre as solicitações mais frequentes para internação, estão as causas cardiológicas, as neurovasculares (AVCs), as complicações do trato digestivo, bem como emergências oncológicas e as causas externas, como os acidentes, que apesar de terem apresentado certa diminuição com relação ao ano passado, seguem acontecendo.
De acordo com ele, o contexto atual da demanda por leitos de UTI na Capital ainda causa bastante preocupação no sentido de um esgotamento da capacidade hospitalar. “Achamos que ainda agosto é um mês que a gente tem bastante solicitações de internação por síndrome respiratória em UTI, embora no inverno anterior a gente não tenha apresentado nem metade das solicitações que temos hoje. E esperamos que haja uma estabilização em setembro, mas isso é uma estatística de invernos anteriores”, explica. “Não podemos dizer que isso vai acontecer porque nunca tivemos uma epidemia dessa dimensão”, reitera.
No inverno de 2019, o Complexo de Regulação recebia em média entre 15 e 18 solicitações de internações em UTIs por dia, o equivalente aos números relacionados exclusivamente a síndromes respiratórias este ano. “Todo mundo está trabalhando no seu limite, esperamos que alguma curva descendente possa vir nos próximos dias, ou nas próximas semanas”, declara. Com relação à espera por leitos de UTI, Osório explica que o “tempo resposta”, que seria o intervalo entre o registro de necessidade de leito e a transferência efetiva, está melhor do que no inverno passado, principalmente por conta da ampliação de leitos.
Segundo a SMS, foram abertos 230 novos leitos de UTI na cidade desde o início da pandemia. “Estaríamos em uma situação muito mais preocupante se não tivéssemos conseguido aumentar os leitos em Porto Alegre”, diz Osório. Nos meses do inverno, em 2019, o tempo de espera por um leito de UTI chegava, em média a 16 horas, sendo que chegou a 24 horas em momentos mais críticos. Em maio desse ano, conforme Osório, a média foi de 5 horas, em junho piorou para 8 horas e em julho, pelo aumento da demanda, esse intervalo chegou a 12 horas. “São aqueles pacientes que não estão aguardando em ambiente hospitalar, pacientes que aguardam em UPA ou em um hospital de pequeno porte que não possui UTI”, detalha.
No Rio Grande do Sul, a taxa de ocupação das UTIs adulto era de 76,5%. Dos 2.370 leitos, 1.813 estavam ocupados, sendo 883 pacientes relacionados à Covid-19 (676 confirmados e 207 suspeitos), quase metade do total. Tanto na região Metropolitana, quanto na Serra, mais da metade das internações em UTIs adulto estava relacionada à Covid-19.
Fonte: Foto: Alina Souza / CP, Jessica Hübler, Correio do Povo