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A ocupação das Unidades de Terapia Intensiva (UTI) dos hospitais da Capital se manteve estável até o início da noite deste domingo e atingiu 88,31%. Dos 740 pacientes internados, 361 (48,7%) tinham relação com o novo coronavírus, dos quais 330 testaram positivo e 31 eram suspeitos de contrair a doença. Outros 5 pacientes diagnosticados com a Covid-19 aguardavam leitos de UTI em emergências. Os hospitais Moinhos de Vento, Femina, Cristo Redentor e Restinga registravam lotação máxima.
Com 93,3% de ocupação das UTIs, Nossa Senhora da Conceição tinha 70 dos 75 leitos ocupados. Mais da metade (42) era de pacientes confirmados ou suspeitos de contrair a Covid-19. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) registrava taxa de ocupação de 90,63%, com 145 dos 162 leitos ocupados. Do total, 92 pacientes eram confirmados ou suspeitos de contrair o novo coronavírus, equivalente a 63,4% das internações. Outros hospitais também apresentavam taxa de ocupação acima de 80%: Ernesto Dornelles (90%), Santa Casa (86%), São Lucas (86%), Mãe de Deus (88,3), Porto Alegre (84,62%) Instituto de Cardiologia (84,4%).
Gerente de Risco do HCPA, Ricardo Kuchenbecker alerta que a ocupação de leitos de UTI segue em patamar elevado. O epidemiologista afirma que os hospitais da Capital, por serem referência no tratamento da Covid-19, foram os primeiros a registrar lotação máxima dos leitos. E por isso devem ser os últimos a ‘sair da lotação completa’. “Mesmo com flexibilização das restrições e a retomada da atividade econômica, além da mudança para bandeira laranja, a gente continua muito próximo do limite total de leitos. E isso é bastante preocupante”, explica.
Kuchenbecker também alerta para as consequências da retomada das aulas na Capital e o impacto num sistema de saúde que ‘está funcionando no limite da capacidade’. “A Região Metropolitana e demais regiões seguem com muitos casos graves nos hospitais. Isso tudo é muito delicado num contexto de flexibilização da retomada das atividades escolares”, observa. Na avaliação de Kuchenbecker, a volta às aulas representa menos riscos a crianças e adolescentes, que são menos de 1% do total de casos de Covid-19, e oferece mais riscos em função do contato com adultos.
Fonte: Foto: Ricardo Giusti, Felipe Samuel, Correio do Povo