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A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou neste sábado (8) que subiu para 29 o número de mortos na operação policial realizada na última quinta-feira (6) na favela do Jacarezinho, na zona norte da capital.
A princípio, a polícia divulgou apenas a identidade do inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, e afirmou que os outros 28 mortos eram criminosos. Entretanto, mais de 48 horas depois do início da operação, a polícia também divulgou o nome de outros três mortos:
Os três constam da lista de 21 denunciados pelo Ministério Público por tráfico de drogas e eram procurados pela polícia. A investigação aponta que eles eram “soldados” do tráfico, atuando como braço armado da organização criminosa no Jacarezinho.
Considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, a operação policial foi realizada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas que, entre outros crimes, era suspeita de aliciar menores de idade.
Defensores dos direitos humanos questionam a legalidade da operação, que também despertou a preocupação da Ordem dos Advogados do Brasil, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e do o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos. As três instituições pediram investigações rigorosas e imparciais e ressaltaram o compromisso do Estado no respeito aos direitos humanos.
Responsável por fiscalizar a legalidade da ação, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro emitiu uma nota em que informa que está investigando as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação.
“Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em decorrência dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ”, diz o texto, que informa que a promotores estiveram presentes na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. “Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perícia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial”, informou a nota.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defendeu a Polícia Civil e afirmou na noite de sexta-feira (7) que a operação foi “o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça.”
Já uma nota conjunta assinada por entidades como a Anistia Internacional no Brasil, a Justiça Global, o Instituto Marielle Franco e o Movimento Negro Unificado classifica a operação como um massacre. Defensores de direitos humanos, moradores de favelas e familiares de vítimas de violência policial realizaram protestos na sexta, contra as mortes.
Fonte: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil, Redação O Sul