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Número de mortos em operação no Jacarezinho sobe para 29

A Polícia Civil do Rio de Janeiro informou neste sábado (8) que subiu para 29 o número de mortos na operação policial realizada na última quinta-feira (6) na favela do Jacarezinho, na zona norte da capital.

A princípio, a polícia divulgou apenas a identidade do inspetor de polícia André Leonardo de Mello Frias, de 48 anos, e afirmou que os outros 28 mortos eram criminosos. Entretanto, mais de 48 horas depois do início da operação, a polícia também divulgou o nome de outros três mortos:

  1. Isaac Pinheiro de Oliveira, o Pee da Vasco;
  2. Richard Gabriel da Silva Ferreira, o Kako;
  3. Rômulo Oliveira Lúcio, o Romulozinho.

Os três constam da lista de 21 denunciados pelo Ministério Público por tráfico de drogas e eram procurados pela polícia. A investigação aponta que eles eram “soldados” do tráfico, atuando como braço armado da organização criminosa no Jacarezinho.

Considerada a mais letal da história do estado do Rio de Janeiro, a operação policial foi realizada para desarticular uma quadrilha de traficantes de drogas que, entre outros crimes, era suspeita de aliciar menores de idade.

Casa de mulher de 50 anos ficou repleta de sangue após ação policial no Jacarezinho. (Foto: Reprodução)

Defensores dos direitos humanos questionam a legalidade da operação, que também despertou a preocupação da Ordem dos Advogados do Brasil, da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) e do o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos. As três instituições pediram investigações rigorosas e imparciais e ressaltaram o compromisso do Estado no respeito aos direitos humanos.

Responsável por fiscalizar a legalidade da ação, o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro emitiu uma nota em que informa que está investigando as circunstâncias das mortes ocorridas durante a operação.

“Todas as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis em decorrência dos fatos ocorridos estão sendo tomadas pelo MPRJ”, diz o texto, que informa que a promotores estiveram presentes na comunidade, acompanhando os desdobramentos da operação. “Cabe destacar ainda que o MPRJ acompanha a perícia nos corpos das pessoas mortas durante a intervenção policial”, informou a nota.

O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, defendeu a Polícia Civil e afirmou na noite de sexta-feira (7) que a operação foi “o fiel cumprimento de dezenas de mandados expedidos pela Justiça.”

Já uma nota conjunta assinada por entidades como a Anistia Internacional no Brasil, a Justiça Global, o Instituto Marielle Franco e o Movimento Negro Unificado classifica a operação como um massacre. Defensores de direitos humanos, moradores de favelas e familiares de vítimas de violência policial realizaram protestos na sexta, contra as mortes.

Fonte: Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil, Redação O Sul 

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