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Subvariante do coronavírus associada a um recente aumento de casos de covid nos Estados Unidos e Europa já circula no Brasil. Trata-se da “ômicron BQ.1”, sequenciada nesta semana por técnicos da Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz).
O fato gera preocupação devido a mutações que ajudam o vírus a “driblar “a resposta imunológica. No último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) consta a sua identificação em pelo menos 65 países.
“No dia 20 de outubro, encontramos no Amazonas um caso que chamou a atenção por ser uma possível variante com alerta nos outros países”, relatou o pesquisador Felipe Naveca, da instituição na Região Norte do País. “Essa versão escapa de anticorpos.”
O especialista detalha que a variante que está por trás do recente aumento de casos no Amazonas é a BA.5.3.1, subvariante que possui algumas das mutações observadas na BQ.1 e que já corresponde a quase 95% dos casos sequenciados em outubro no Estado. Ele prossegue:
“Ela já tinha sido detectada no Amazonas em junho, e também em outros Estados, mas até alguns dias atrás, eram poucos casos relatados no País. Agora, vimos que está se espalhando e possui algumas mutações observadas na BQ.1. Isso já era esperado e mostra que o coronavírus está evoluindo de forma parecida, em diferentes lugares do mundo”.
Para o pesquisador, a detecção da BQ.1 e o aumento de casos da BA.5.3.1 são sinais de alerta. Mas ele ressalta que não há motivo para desespero: “Não estamos vendo um aumento de casos graves e isso é super importante. A vacinação e a imunidade adquirida continuam segurando o aumento de casos graves”. Por outro lado, esse pode ser um bom momento para colocar a vacinação em dia.
Síndrome respiratória
Relatório publicado pela Fiocruz aponta que o vírus da influenza A, causador da gripe, influenza B, e o Sars-CoV-2, que desencadeia a covid, são responsáveis pelo aumento dos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em adultos entre os dias 23 e 29 de outubro. O influenza A foi responsável por 19,9% dos casos positivos e o coronavírus por 26%.
Outros vírus diagnosticados no período foram influenza B, responsável por 0,6% dos casos e 26,4% para Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Dentre os óbitos, a presença desses mesmos vírus entre os positivos foi de 17,6% para influenza A, 0% para influenza B, 2% para VSR e 68,6% para Sars-CoV-2. Os dados têm como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 31 de outubro.
O Estado de São Paulo ainda apresenta números significativos de casos positivos nas últimas semanas. No Distrito Federal e no Mato Grosso do Sul, que apresentaram aumento recente nos casos associados a esse vírus, há indícios de que já possa estar iniciando processo de queda, embora os dados laboratoriais ainda sejam preliminares.
A análise destaca que, no estado do Amazonas, ocorreu um ligeiro aumento na presença de casos positivos para Covid. O boletim indica estabilidade nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (três semanas), embora mantenha sinal de crescimento na faixa etária de até 4 anos.
Os números servem de alerta para outros oito Estados que apresentam crescimento moderado na tendência de longo prazo como Alagoas, Amapá, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraíba e Pernambuco. Na maioria destes, o aumento se concentra fundamentalmente entre crianças e adolescentes. Já em Alagoas, Amazonas e Pernambuco observa-se crescimento também na população adulta e idosa.
Fonte: Foto: Vinicius Marinho/Fiocruz, Redação O Sul