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Moradores retiram 8 corpos em comunidade do Rio de Janeiro e acusam PM de chacina

Moradores do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, retiraram oito corpos de um manguezal no bairro das Palmeiras, nesta segunda-feira (22). Ao longo da manhã, os corpos foram colocados em um terreno baldio próximo ao local. Segundo os moradores, outros corpos permanecem na área de mangue.

O fim de semana foi de tiroteios entre a Polícia Militar e traficantes. No sábado (20), um PM morreu na região. As mortes ocorreram durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais na comunidade.

“Estes confrontos foram intensos, foram na área de mangue, é uma área de difícil trânsito. Logicamente estamos falando de um momento em que marginais estavam no interior da mata fechada”, destacou o porta-voz da PM, tenente-coronel Ivan Blaz, em entrevista.

Às 11h20, um comboio Polícia Civil, conduzido por dois blindados da PM, chegaram ao interior da comunidade onde os corpos estavam.

Relatos de tortura

Os incidentes começaram na madrugada de sábado (20), quando o sargento Leandro Rumbelsperger da Silva, de 38 anos, do 7º BPM (São Gonçalo) foi atacado a tiros por criminosos durante um patrulhamento em Itaúna, bairro vizinho às Palmeiras e também parte do Complexo do Salgueiro. Leandro morreu no hospital.

O Batalhão de Operações Especiais (Bope) foi mobilizado, e os embates se acirraram. Na manhã de domingo (21), uma idosa foi atingida no braço por uma bala perdida.

Moradores das Palmeiras afirmaram que foi uma chacina. Os corpos eram enfileirados e cobertos por lençóis na Rua Pedro Anunciato da Cruz.

“Os corpos estão todos jogados no mangue, com sinais de tortura. As pessoas, uma jogada por cima da outra. Estava com sinal totalmente de chacina mesmo”, relatou um.

“Muito conhecido da gente aqui morreu. A gente estava gritando no mangue para ver se consegue tirar, mas todos mortos”, relatou outra.

“As mães estão entrando dentro do mangue. Com o mangue acima do joelho para poder tentar puxar os corpos”, continuou mais uma.

A Defensoria Pública do RJ afirmou, em nota, ter recebido “relatos sobre a violenta operação no Complexo do Salgueiro” e comunicou o fato ao Ministério Público, “para a adoção de medidas cabíveis a fim de interromper as violações”.

Escolta para perícia

Blaz não comentou as denúncias, mas disse aguardar a perícia. Uma nova operação seria realizada nesta segunda para escoltar legistas até a área de onde os corpos foram removidos.

“O Bope, segundo estas informações, podemos deduzir que houve inúmeros feridos neste confronto entre policiais e marginais nesta área de mata fechada. Logicamente, em se tratando de um momento de instabilidade, não foi possível fazer esta varredura. Agora, ao longo do dia, podemos ter este trabalho já com a perícia, uma vez que o caso já foi registrado na Polícia Civil”, continuou.

Fonte: Foto: Reprodução, Redação O Sul

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