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O terceiro julgamento dos réus acusados de matar o adolescente Ronei Faleiro Jr., de 17 anos, na saída de uma festa em Charqueadas, em 2015, terminou no fim da noite de terça-feira (12). Cristian Silveira Sampaio, Jhonata Paulino da Silva Hammes e Matheus Simão Alves foram condenados a 35 anos e 4 meses de prisão em regime fechado cada um.
Com essas últimas sentenças, os nove réus denunciados pelo MP (Ministério Público) foram condenados por homicídio qualificado consumado, por três tentativas de homicídio qualificado, associação criminosa e corrupção de menores. Além de matarem o jovem Ronei Jr., eles tentaram assassinar o pai da vítima, Ronei Wilson Faleiro, e o casal de amigos do adolescente Richard Saraiva de Almeida e Francielle Wienke, conforme o MP.
As condenações foram lidas pelo juiz Jonathan Cassou dos Santos após as 23h de terça. O julgamento ocorreu no Salão do Júri de Charqueadas. O Conselho de Sentença era formado por 6 homens e 1 mulher.
Nos dois julgamentos anteriores, foram condenados Peterson Patric Silveira Oliveira (35 anos e 4 meses), Vinícius Adonai Carvalho da Silva (41 anos e 6 meses), Leonardo Macedo Cunha (35 anos e 4 meses), Alisson Barbosa Cavalheiro (35 anos e 4 meses), Geovani Silva de Souza (41 anos e 6 meses) e Volnei Pereira de Araújo (35 anos e 4 meses).
O MP entrou com recurso para aumentar as penas. Um décimo adulto acusado de envolvimento nos crimes, Rafael Trindade de Almeida, foi denunciado depois dos demais e seu caso é apurado em outro processo. O ataque contou com a participação de menores. Sete foram apontados na acusação: a quatro deles foi aplicada, em 18 de setembro de 2015, medida socioeducativa de internação por três anos, prazo máximo estabelecido no Estatuto da Criança e do Adolescente. Os outros três foram absolvidos.
Todos formavam o chamado “bonde da aba reta”, que costumava brigar com pessoas de outras cidades que frequentavam festas em Charqueadas.
O assassinato
Conforme a denúncia do MP, o pai do adolescente, Ronei Wilson Jurkfitz Faleiro, deixou seu filho, Ronei Jr., na noite de 31 de julho de 2015, às 22h, no Clube Tiradentes, em Charqueadas. O combinado era de que iria buscá-lo às 5h. A festa foi promovida para arrecadar fundos para a formatura no ensino médio da turma do adolescente.
Por volta do horário combinado, o pai ligou para o seu filho, que pediu para que aguardasse mais 15 minutos e desse carona a um casal de amigos. O pai, então, foi até a porta do clube para falar com o filho e o casal. Na saída, eles perceberam que seriam hostilizados e rapidamente aceleraram o passo para entrar no carro. Quando Ronei Jr. tentou ingressar no veículo, foi puxado para fora e cercado por outros jovens, que chutavam o automóvel.
O pai passou a ser atingido por garrafadas, socos e pontapés. Isso impediu que ele evitasse que o grupo abrisse a porta do carro e atingisse as outras vítimas. Em um determinado momento, conseguiu se desvencilhar dos agressores, entrou no carro e saiu imediatamente do local com o filho e o casal de amigos no interior no automóvel.
No caminho, ao perceber as lesões que o filho e o casal haviam sofrido, deslocou-se rapidamente para o Hospital de Charqueadas. Devido à gravidade, Júnior foi encaminhado de ambulância para Porto Alegre. No entanto, chegou à Capital sem vida.
Na denúncia, constam um vídeo e áudios em que integrantes do grupo contam, detalhadamente, como ocorreram as agressões. Segundo o MP, “os crimes foram cometidos com a clara intenção de matar, simplesmente pelo fato de o amigo de Ronei Jr. residir em São Jerônimo e não em Charqueadas, como todos os denunciados”.
Fonte: Foto: Juliano Verardi/TJ-RS, Marcelo Warth Neto, Jornal O Sul