Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
O grupo que teria ajudado a saquear a Petrobras de 2008 a 2011, por meio do Banco Paulista, usava o código ”lata de cerveja”, passado por telefone, para determinar a sobretaxa cobrada da estatal na conversão de dólares. Segundo o procurador do Ministério Público Federal Antônio Diniz, cada lata representava um milésimo de real a mais pago ou perdido pela companhia.
“O acréscimo ou o decréscimo na taxa de câmbio era quase imperceptível, na casa de milésimos de real, mas o prejuízo à Petrobras, em razão do volume bilionário negociado, alcançou quase R$ 100 milhões”, afirmou o procurador. Ele acrescenta que tratava-se de um “sofisticado modus operandi que tornava o crime quase perfeito”. O Banco Paulista teria intermediado operações da Petrobras que equivalem a R$ 7,7 bilhões de 2008 a 2011.
Na operação desta quinta, três executivos da instituição financeira são alvos de busca em São Paulo e são procuradas outras cinco pessoas ligadas às empresas utilizadas no esquema no Rio de Janeiro.
Segundo Antônio Diniz, os agentes da mesa de câmbio do Banco Paulista em São Paulo eram instruídos, por meio de mensagem codificada passada por telefone e dita pelo gerente do escritório de representação do banco no Rio, a incluir “x latas de cerveja” na operação do dia.
“De modo que oito latas de cerveja representariam acréscimo ou decréscimo de oito milésimo de real a depender da modalidade de contrato de câmbio: compra ou venda de dólares”, explicou Diniz.
Explicando melhor: se a Petrobras estivesse comprando a moeda americana, pagava mais caro, se estivesse vendendo, vendia mais barato e a diferença ficava com o grupo criminoso.
De acordo com o procurador Alexandre Jabur, também da Lava Jato, as investigações mostraram que funcionários da Petrobras apresentaram substancial evolução no patrimônio por causa dessas operações fraudulentas e tentaram nos últimos ano encobrir o enriquecimento ilícito, por meio de compra de imóveis com dinheiro vivo ou adquirindo ações de empresas off-shore no Panamá.
Segundo Jabur, há transações desse tipo, com o objetivo de lavar dinheiro, registradas até 2020.
Fonte: Foto: Pixabay / CP, R7, Correio do Povo