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Única mulher a governar o Rio Grande do Sul (2007-2010), Yeda Crusius foi absolvida pelo Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4, sediado em Porto Alegre) em processo sobre improbidade administrativa durante a sua gestão. Ela era acusada de envolvimento em irregularidades em contratos do Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
A decisão foi proferida de forma unânime pela Corte, em sessão realizada nessa quarta-feira (7). O desembargador Marcos Roberto Araújo Santos atuou como relator da ação, que tem por base em investigações da chamada “Operação Rodin”, deflagrada 16 anos atrás, e que tramita em segredo de Justiça.
Na avaliação dos magistrados da Justiça Federal na capital gaúcha, não há provas de que a então mandatária do Palácio Piratini pelo PSDB tenha cometido fraude, atos de corrupção ou enriquecimento ilícito. Corroboraram-se assim as alegações de sua defesa.
Em declaração à imprensa após saber de sua absolvição, Yeda – que completou 80 anos em julho – desabafou: “Essa é uma grande vitória e também o fim de uma provação que já durava mais de uma década. De qualquer forma, sempre confiei na Justiça, que enfim chegou”.
Trajetória
Economista, professora, jornalista, comentarista, ministra, deputada federal, governadora e ativista partidária, Yeda Rorato Crusius nasceu em São Paulo. Mas vive no Rio Grande do Sul desde 1970, quando se casou com o também economista Carlos Crusius, com quem tem dois filhos.
É formada em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduada pela Universidade Vanderbilt (EUA). Iniciou sua carreira docente em Porto Alegre, onde lecionou na Escola Técnica de Comércio (ETC) e na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) – foi uma das primeiras diretoras da Faculdade de Ciências Econômicas da instituição.
Entre janeiro e maio de 1993, durante o governo do presidente Itamar Franco, comandou o Ministério do Planejamento. Já no ano seguinte, renunciou ao cargo para disputar seu primeiro pleito: foi eleita deputada federal e repetiu a dose em 1998 e 2002 – mesmo período em que se lançou por duas vezes candidata a prefeita de Porto Alegre, sem sucesso.
Já como candidata ao governo gaúcho em 2006, foi eleita no segundo turno e se tornou a primeira – e até hoje única mulher no cargo. Em 2010, tentou um segundo mandato mas ficou em terceiro lugar. Yeda voltou ao Congresso Nacional em 2015, novamente eleita deputada federal. Atualmente, é presidente nacional do movimento “PSDB Mulher”.
Fonte: Marcello Campos, Foto: Reprodução/CMPA, Redação O Sul