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Uma idosa de 63 anos foi resgatada em situação análoga à escravidão na casa de uma família no bairro Abolição, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A mulher trabalhava como empregada doméstica há 41 anos sem receber salário e sem direito a férias.
Ela foi resgatada nesta semana por agentes de diversos órgãos federais na Operação Resgate, de combate ao trabalho escravo. Quando não estava trabalhando na casa, a idosa catava latinhas na rua, mas o dinheiro que ela conseguia era recolhido pelos patrões. Em depoimento, a vítima contou que nasceu em São Paulo e que trabalhava para a família desde os 22 anos de idade.
O vínculo empregatício da vítima nunca foi registrado na sua carteira de trabalho. Ela relatou que ficava à disposição da família em tempo integral, inclusive, cuidando de uma pessoa da família que estava doente. Seu dormitório era um quarto minúsculo e sem luz nos fundos da casa.
Os empregadores da idosa receberam autos de infração e poderão recorrer em liberdade. Um inquérito será instaurado pela Polícia Federal. O Ministério Público do Trabalho buscará uma indenização para a vítima compatível com o período que ela viveu em situação análoga à escravidão. O órgão também tentará buscar a reinserção dela na sua família de origem, ou mesmo em um abrigo.
Auxílio emergencial sacado
Agentes federais afirmaram que os patrões até sacaram o auxílio emergencial da mulher. A idosa relatou que entregou seus documentos para que tivesse o benefício sacado. No entanto, ouviu da patroa que não teria direito ao dinheiro porque a sua carteira de identidade estaria “velha”.
No entanto, auditores fiscais do trabalho identificaram que o benefício foi sacado. Em depoimento, a empregadora confirmou que realizou o primeiro saque. As outras parcelas foram recebidas por outras pessoas. Um procedimento foi aberto na Caixa para averiguar o caso.
Fonte: Foto: Reprodução, Redação O Sul