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Entenda o que são armas químicas, as diferenças com as armas biológicas e a proibição

Mais uma vez, o fantasma das armas químicas reaparece no contexto de uma guerra, desta vez entre a Ucrânia e a Rússia. Enquanto isso, imagens do sofrimento de civis sob o bombardeio com armas convencionais se multiplicam desde o início do conflito.

Na sexta-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que a Rússia pagará “um preço alto” se usar armas químicas na Ucrânia.

“Não vou falar sobre inteligência, mas a Rússia pagará um preço alto se usar produtos químicos”, disse Biden, em meio aos anúncios de novas sanções e controles de exportação contra a Rússia devido à guerra.

Os Estados Unidos já impuseram sanções contra a Rússia anteriormente após identificar o uso de armas químicas na tentativa de envenenamento do líder russo Alexey Navalny em 2020 e em 2018 contra Sergei e Yulia Skripal na Inglaterra.

Embora atualmente não haja evidências de que elas tenham sido usadas na Ucrânia, os antecedentes de Navalny e Skripal e o ataque de armas químicas de 2017 por Bashar al-Assad na Síria, cujo regime é apoiado pela Rússia, levantaram suspeitas.

O que são armas químicas?

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que tem amplo apoio internacional, as define como “um produto químico usado para causar dano ou morte intencionalmente por meio de suas propriedades tóxicas”.

“A definição de arma química também inclui munições, dispositivos e outros equipamentos projetados especificamente para converter em armas produtos químicos tóxicos”, acrescenta a OPAQ em seu site.

Algumas das principais substâncias que têm sido utilizadas como armas químicas são o cloro (asfixiante), o gás mostarda (que produz bolhas dolorosas em todo o corpo), e agentes neurotóxicos como o sarin, o VX e o Novichok (que produzem paralisia e a morte).

Como elas se diferem das armas biológicas?

As armas químicas e biológicas, juntamente com as armas nucleares, fazem parte do grupo de armas de destruição em massa.

Mas, ao contrário das armas químicas, que usam substâncias nocivas e potencialmente letais, as armas biológicas são baseadas no uso de “organismos patogênicos ou toxinas para prejudicar ou matar pessoas, animais ou plantas”, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).

“Elas normalmente consistem em duas partes: um agente armado e um mecanismo de entrega. Além de aplicações militares estratégicas ou táticas, as armas biológicas podem ser usadas para assassinato político, infecção de gado ou produtos agrícolas para causar escassez de alimentos e perdas econômicas, a criação de catástrofes ambientais e a introdução de doenças generalizadas, medo e desconfiança entre o público”, acrescenta a ONU.

Armas biológicas usam bactérias, vírus e fungos, além de toxinas encontradas na natureza, para causar danos, destaca a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Alguns dos principais agentes que têm sido usados ​​são o antraz, a toxina botulínica e a peste, e potencialmente vírus como o Ebola também podem ser usados.

Por que eles são proibidos?

As armas químicas e biológicas foram proibidas pela primeira vez em um protocolo assinado em 1925, após a Primeira Guerra Mundial, quando agentes químicos como cloro e gás mostarda foram amplamente utilizados no campo de batalha, com resultados devastadores que aterrorizaram a comunidade internacional.

“Considerando que o uso na guerra de gases asfixiantes, venenosos ou outros, e de todos os líquidos, materiais ou dispositivos análogos, foi justamente condenado pela opinião geral do mundo civilizado”, diz o protocolo de 1925.

Johnny Nehme, perito do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, salienta que a proibição destas armas se deve ao fato de que o uso indiscriminado afeta potencialmente pessoas que participam ou não no conflito, e pode gerar danos para a vida e efeitos após o fim do conflito.

A Convenção de 1975 sobre a Proibição de Desenvolvimento, Produção e Estoque de Armas Bacteriológicas e Tóxicas, e a Convenção Internacional sobre a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Estocagem e Uso de Armas Químicas e sua Destruição – da qual deriva a OPAQ, de 1997, ratificou o status dessas armas.

A Rússia é signatária de ambas as convenções, assim como os Estados Unidos.

Fonte: Foto: Reprodução, Redação O Sul 

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