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O então Chefe do Estado Maior dos bombeiros de Santa Maria em 2013, coronel Gerson da Rosa Pereira afirmou nesta terça-feira (7), que o alvará da boate Kiss estava vencido desde agosto de 2012, mas que isso não impedia o funcionamento da casa. Ele foi o terceiro depoente a ser ouvido nesta terça, sétimo dia de júri dos acusados pelo incêndio da boate Kiss. O local pegou fogo em janeiro de 2013, matando 242 pessoas, a maioria jovens universitários.
“Na época, não impedia de continuar operando. Tinha que entrar no Corpo de Bombeiros com pedido de renovação e os bombeiros iam para fazer a vistoria para ver se o projeto com a obra construída e projetada correspondiam um com outro e treinamento de pessoal. Mas nada obstruía que continuasse com as atividades”, disse Pereira.
Conforme ele, os bombeiros aplicaram o que era norma na época e, depois da tragédia, houve diversas alterações na lei para aumentar a segurança. Afirmou que não era atribuição dos bombeiros fiscalizar revestimentos usados nas paredes, como a espuma.
O coronel afirmou ainda que, quando chegou no local de incêndio, constatou que já não havia mais possibilidade de encontrar pessoas com vida, e que as mortes não foram provocadas pelo fogo, mas pela inalação de gás tóxico.
Um laudo emitido pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), em março de 2013, mostrou que as mortes foram causadas por asfixia provocada pela inalação dos gases tóxicos cianeto e monóxido de carbono.
O julgamento é feito quase dez anos após a tragédia. Quatro são os réus do caso: Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, ex-sócios da casa, Marcelo dos Santos, músico da banda Gurizada Fandangueira, e Luciano Bonilha, produtor musical e auxiliar de palco da banda.
Resumo da tragédia
O incêndio da Boate Kiss aconteceu na madrugada de 27 de janeiro de 2013, em Santa Maria. De acordo com o processo, a tragédia foi provocada pela imprudência dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira em usar artefato pirotécnico dentro de um ambiente fechado e pelo fato de haver aglomeração de público além da capacidade prevista no local.
As chamas se alastraram rapidamente por causa do material inflamável usado como isolamento acústico, que produziu uma fumaça preta e tóxica. A boate estava lotada, e não havia saída de emergência. Morreram 242 pessoas e 636 ficaram feridas.
Com base nos inquéritos da Polícia Civil e Brigada Militar, eles foram denunciados pelo Ministério Público por 242 homicídios consumados com dolo eventual (quando se assume o risco de matar) e 636 tentativas de homicídio.
Fonte: Foto: Divulgação/MPRS, Redação O Sul