Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:
O Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper ), em parceria com o Portal Agrolink e o Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) promoveu um encontro para analisar as perspectivas da política, da economia e do agronegócio a partir do resultado das eleições.
Ao longo do evento foram analisados temas como política e economia no Brasil após as eleições, governabilidade e as relações entre os poderes, a agenda de políticas do novo governo para o agronegócio, questões ambientais e de comércio exterior, comunicação e outros impactos do novo governo sobre a agricultura e o agronegócio brasileiro. O destaque central foi a análise do que permanece e o que muda no novo cenário.
Veja o que os especialistas disseram:
Conforme Fernando Schuler, cientista político e professor do Insper, o Brasil está em um momento de duelo, com discussões polarizadas, com um ambiente difícil de consenso. “Essa semana, começamos a falar da realidade, em discutir como vamos pagar as contas, como fica o Auxílio Brasil”.
“O problema fiscal brasileiro é um dos principais que temos nessa arrancada do novo governo. Temos um problema estrutural de crescimento. O Brasil patina neste sentido, me preocupo com isso. O que vejo na questão fiscal: não adianta pôr teto se não forem feitas reformas estruturais”, acrescentou Fernando.
Schuler, ainda pontuou que o causa preocupação. “Há uma série de promessas que o novo governo fez, que foram legítimas no campo democrático, mas de onde vamos tirar o dinheiro? A solução que vejo, que o sistema político oferece, é mais uma PEC para jogar a conta para as futuras gerações pagarem. Não gosto das soluções, mas é um problema do mundo político”, explicou.
Já Maílson da Nobrega, economista e ex-Ministro da Fazenda, ressaltou que a história de que o Brasil tá bombando é mais uma questão de propaganda do governo.” O país vai crescer de 1,5 a 2% dependendo do lado fiscal. Vamos enfrentar a pior crise fiscal dos últimos tempos. O mais grave do risco fiscal é o fracasso do teto de gasto”, disse Nobrega.
“Seguirei em uma linha de otimismo e confiança. Precisamos disso! Não podemos ignorar a movimentação financeira do agro, no PIB, na geração de empregos. É importante que a sociedade civil organizada esteja presente discutindo e colocando a pauta do setor”, comentou Tânia Zanella, superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Precisamos fazer uma análise como foram as discussões de pautas e propostas para o agro. “Não há como esconder que o presidente Lula e a proposta do governo tem um foco no pequeno produtor e na agricultura familiar. Sabemos da importância do agro e da ampliação dos mercados internacionais. Então, não acredito que tenhamos taxações das commodities, para isso precisamos de votação”, analiou Tânia.
Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global e no Núcleo Agro do CEBRI, comentou que o agronegócio cresceu muito depois da pandemia, tanto em PIB, quanto em exportações. “O Brasil cresce pois a demanda internacional continuou firme, e vai continuar assim. Exportamos muitas commodities centrais da alimentação”, salientou Jank.
“Não sou portador do sol, mas me permito exercitar outro olhar: chega de gladiadores, é hora dos construtores. Estou animado de que isso possa acontecer. Há várias medidas criadas, além da reforma administrativa, então vejo a possibilidade de construção de consenso. Há sinais positivos para isso, inclusive a nomeação de Alckmin para a transição. Temos que multiplicar parcerias”, afirmou Arnaldo Jardim, deputado federal e ex-secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo.
Arnaldo ainda questionou: “será que não temos chance de retomar a chance de ser a bola da vez? A Europa conflituosa e o fato de nós termos limites objetivos na África: não poderá ser o Brasil o destino prioritário de investimentos? Quer seja do polo chinês, quer seja de outros segmentos. Me parece que se tomarmos um pouquinho de cuidado, acho que temos chances de ver isso ocorrer”.
Participam do debate Arnaldo Jardim, deputado federal e ex-secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo; Fernando L. Schüler, cientista político e professor do Insper; Maílson da Nóbrega, economista e ex-Ministro da Fazenda, Marcos Jank, coordenador do Insper Agro Global e no Núcleo Agro do CEBRI e Tânia Zanella, superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
O evento contou com o apoio de AgroInsper e apoio institucional de Bayer, Cargill, Itaú-BBA, Mosaic, Rumo e Fundação Brava.
Fonte: Por: AGROLINK –Aline Merladete
Imagem: Divulgação