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Além de orações, madrasta suspeita de envenenamento à enteada consolou mãe oferecendo guarida e comida: ‘Tem feijão fresquinho’

Cíntia Mariano: solícita e oferecendo feijão fresquinho — Foto: Reprodução

Investigações sobre Cíntia Mariano, a madrasta suspeita de envenenar os dois enteados no Rio, mostram como ela pode ter agido de forma premeditada.

Logo após a morte de Fernanda Cabral, de 22 anos, além de orações em uma rede social, a madrasta também ajudou a consolar a mãe da jovem oferecendo local com companhia para ela dormir e comida.

É o que mostra uma conversa obtida pela TV Globo e que colocaria Cíntia acima de qualquer suspeita.

“Se quiser, pode vir pra cá, tá?”, diz Cíntia em uma troca de mensagens pelo Whatsapp.

“Tá bom, meu amor. Qualquer coisa, também estou aqui”, responde Jane Carvalho, mãe de Fernanda, no dia 1º de abril – cinco dias após a morte da filha.

“Tem carne assada com salada de agrião. Levo aí para você”, diz Cíntia.

“Não, obrigada. Quase não estou comendo”, diz Jane.

“Tem feijão fresquinho. Tem que comer, Jane”, responde Cíntia.

Conversa entre Cíntia Mariano, a madrasta, e Jane Carvalho, a mãe dos jovens Bruno e Fernanda, que foram intoxicados — Foto: Reprodução/TV Globo

Intoxicação do outro filho levantou suspeitas

As suspeitas sobre a morte de Fernanda Cabral no dia 27 de março – cuja morte foi atestada como sendo por causas naturais – , só surgiram quando o irmão dela, Bruno, de 16 anos, começou a passar mal depois de um almoço na casa da madrasta, no dia 15 de maio.

No local, ele reclamou de ter recebido um feijão amargo e com algumas pedrinhas azuis. Em casa, com mãe, e já se sentindo mal, falou sobre o alimento.

No hospital, Bruno foi submetido a uma lavagem estomacal e a um exame de sangue que detectou níveis altos de chumbo em seu sangue.

Com a suspeita de que os filhos foram envenenados, Jane Carvalho Cabral, mãe dos jovens, registrou queixa na 33ª DP, em Realengo, que iniciou buscas na casa da madrasta.

A coincidência levantou suspeitas, gerou registro de ocorrência e investigação na 33ª DP, em Realengo.

“Ele já veio de lá com uma ansiedade, bem preocupado e achando que tinha acontecido algo estranho porque quando reclamou do feijão amargo de pedrinhas azuis, ela arrancou o prato da mão dele, colocando mais feijão e entregando pra ele depois. Quando ele veio pra cá, veio perguntando como fazia pra vomitar. Mais ou menos uns 40 minutos depois, começou todo o desespero que foi o que a Fernanda sentiu. Na mesma hora eu imaginei que o gosto amargo desse feijão poderia ser o suposto veneno”, contou a mãe dos jovens.

Cíntia Mariano foi presa, teve sua prisão temporária de 30 dias confirmada pela Justiça e espera as investigações sobre o caso se desenvolverem.

O delegado trabalha com o depoimento de Bruno – que contou sobre o feijão amargo e com pedrinhas azuis – e com a fala de um filho biológico de Cinthia: ele disse que a mãe confessou ter envenenado os enteados.A polícia também analisou o feijão da casa de Cíntia. O resultado não apontou nenhuma substância tóxica. Mas a investigação não considerou a análise conclusiva, já que o feijão pode ser diferente do que Bruno comeu.O delegado Flávio Rodrigues também pediu a análise de um remédio antipulgas encontrado na casa. Ele ainda vai se debruçar sobre o prontuário médico de Fernanda Cabral, com mais de 170 páginas, e espera interrogar os médicos que atenderam a jovem nos próximos dias.

Uma exumação do corpo de Fernanda, que teve a morte atestada por causas naturais na época, também deve acontecer em breve.

Fernanda Cabral: morte da jovem está sob suspeitas de envenenamento — Foto: Reprodução/Redes sociais

Fernanda Cabral: morte da jovem está sob suspeitas de envenenamento — Foto: Reprodução/Redes sociais

Fonte:Tv Globo

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