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O presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária, Pesca e Cooperativismo, deputado Luciano Silveira, recebeu, na manhã desta quinta-feira (15), representantes do movimento SOS Agro RS, Grazi Camargo e Fernanda Mendes. O parlamentar convidou as líderes para comparecer na Assembleia Legislativa para ouvir relatos de produtores sobre a situação de quem está na ponta.
O sentimento de instabilidade e desamparo ficou nítido por parte das representantes do movimento. Passando dos 100 dias desde o início da maior tragédia climática da história do Brasil, ainda há muita incerteza e poucas soluções para o setor primário.
“O movimento uniu todos os setores e entidades. Esse jogo de promessas e descaso do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que traz apenas mais burocracias e só apareceu no Rio Grande do Sul 30 dias após o início da tragédia para entrega de máquinas, além de gerar instabilidade em todo mês de maio com o leilão do arroz, o qual o nosso estado produz 70% do que é consumido no Brasil, que felizmente foi suspenso, é o retrato do que está sendo o trato do Governo Federal. A agricultura representa 40% da economia do Rio Grande do Sul e somos a 4ª maior economia do nosso país, se o agro vai mal, o estado vai mal. Precisamos urgentemente de mais respeito, pois já são mais de três meses sem soluções”, disse Luciano Silveira.
Por parte dos produtores, há o apelo para mais ajuda. A situação de continuar postergando soluções, não atendendo as pedidas dos agricultores e entidades, preocupam para a continuidade do exercício da função.
“É um momento crítico, o povo precisa se sentir amparado. Precisamos dos deputados e do governador, uma cobrança mais firme, pois só temos promessas do Governo Federal, nada de concreto. Ninguém está sendo assistido, não tem solução. Se não fizermos a safra 2024/25 vai faltar comida, vai aumentar a inflação. Nós não temos mais tempo”, relatou Graziela.
“Uma situação que não fez parte da medida provisória, mas fez parte do decreto, é sobre a negativação dos CPFs. Não tem procedimento, embora está prevista a desnegativação, não diz nada sobre prazos e como será feito. Isso é fundamental para novos custeios, estamos desassistidos no mínimo. Não teremos como plantar desse modo e isso é básico para que a gente possa pensar como seguir”, complementou Fernanda.
Há também a preocupação para que a busca de soluções não se torne partidária em um momento que necessita união de esforços de todas as partes. O deputado Luciano Silveira chamou a atenção para o fato, além do que representa a atividade para vários municípios do estado.
“São relatos de quem está na ponta. Eu tenho defendido muito isso. Estamos em período eleitoral e essa guerra de narrativa não está ajudando para achar soluções. Quem está na ponta é quem sofre. Esse movimento apartidário da sociedade civil é fundamental para demonstrar que precisamos de união neste momento. Esse é acima de tudo um movimento que é sociocultural, tem cidades que podem quebrar se o agro deixar de ser assistido”, afirmou o parlamentar.
A busca por soluções e apelo junto ao Governo Federal seguem. Em maio, a Comissão de Agricultura, junto a Frente Parlamentar da Agropecuária Gaúcha, presidida pelo deputado Elton Weber, entregaram um documento ao Ministério da Agricultura reunindo apelo de 12 entidades, cobrando, dentre outras medidas, prorrogação de parcelas de crédito vincendas, anistia de dívidas da agricultura familiar e crédito novo com juros subsidiados e carência para inicio do pagamento para produtores e cooperativas.