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Novo presidente da Argentina confirma plano de fechar o Banco Central e prevê controlar a inflação em até 2 anos

O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, anunciou na manhã desta segunda-feira (20), suas primeiras medidas para o governo que se inicia em 10 de dezembro, data da sua posse na Casa Rosada. Entre as novidades, Milei anunciou nomes do seu gabinete, viagens internacionais e empresas a serem privatizadas. O libertário foi eleito na noite de domingo (19) em um histórico resultado de 55,6% dos votos contra 44,3% do seu rival, o peronista Sergio Massa.

Em seu discurso de vitória, ele disse que pretende manter suas promessas de campanha. Milei reiterou os planos de fechar o Banco Central, mas alertou que a inflação deve demorar até dois anos para retroceder. “Vamos começar primeiro pela reforma do Estado e pela resolução do problema dos Leliqs [liquidez do Banco Central]”, disse.

Em entrevista a rádios argentinas, o presidente eleito confirmou uma promessa de campanha ao anunciar a privatização dos meios de comunicação públicos do país, entre eles: TV Pública, Télam e Rádio Nacional.

“Consideramos que a TV Pública se tornou um mecanismo de propaganda”, disse em entrevista à rádio Mitre. Segundo ele, esses veículos teriam se transformado em propaganda peronista e parte da campanha de medo promovida contra ele na campanha.

Javier Milei também confirmou a privatização da estatal de petróleo e gás YPF, que recentemente esteve no meio de uma crise de combustíveis no país

. “Tudo o que pode estar nas mãos do setor privado, vai estar nas mãos do setor privado”, disse. O presidente eleito, porém, não definiu uma data para as privatizações.

“Primeiro é preciso recompor a YPF. Desde que Kicillof decidiu nacionalizá-la, a deterioração que foi feita à empresa em termos de resultados para que ela valha menos do que quando foi expropriada… Obviamente a primeira coisa a fazer é reconstruí-la”, afirmou, citando Axel Kicillof, o governador kirchnerista reeleito de Buenos Aires.

As privatizações são um projeto central de seu futuro governo, que visa reduzir o tamanho do Estado argentino, que atualmente consome 42% de seu Produto Interno Bruto (PIB) e com baixa taxa de eficiência, segundo avaliações do Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Áreas mais polêmicas, porém, ficaram de fora em um primeiro momento, como Saúde e Educação. Estudos mostram que os argentinos, embora estejam mais liberais, são contra a privatização dessas duas áreas.

“Nem a Educação nem a Saúde podem ser privatizadas, são responsabilidades das províncias. O melhor é sempre subsidiar a procura e não a oferta, mas isso ainda não vai acontecer no curto prazo”, disse.

A dúvida, porém, é se poderá de fato realizar essas privatizações, já que necessita do apoio do Congresso, onde não tem maioria. Neste sentido, as alianças que deve construir, especialmente com o partido Proposta Republicana (PRO) do ex-presidente Mauricio Macri será essencial.

Outras medidas anunciadas pelo novo presidente são as primeiras viagens internacionais. Nesse sentido, o Brasil ficou de fora dos primeiros destinos, quebrando uma tradição de o presidente eleito da Argentina visitar primeiro Brasília e vice-versa.

Em entrevista à mesma rádio, Milei anunciou que sua primeira viagem será aos Estados Unidos e depois Israel, destinos que deve visitar antes mesmo da posse em 10 de dezembro. “A viagem tem uma conotação mais espiritual do que outras características”, afirmou.

Entre os primeiros nomes de seu governo estão o advogado Mariano Cúneo Libarona para o Ministério da Justiça e Carolina Píparo será a nova chefe da ANSES, entidade que cuida da assistência social do país e esteve sob o guarda-chuva do La Cámpora, grupo de jovens de esquerda do kirchnerismo.

Fonte: Foto: Reprodução, Redação O Sul 

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