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Mãe de autor de triplo homicídio no Lami presta depoimento nesta tarde

Está marcado para às 14h desta segunda-feira o depoimento da mãe do suspeito de cometer um triplo homicídio após uma briga de trânsito no bairro Lami, em Porto Alegre. O crime aconteceu no dia 26 de janeiro, e a mulher afirma que trará explicações sobre o crime e a respeito da pistola 9 mm de propriedade da família que está desaparecida. As mortes foram ocasionadas por uma arma de mesmo calibre. Na ocasião foram mortos o casal Rafael Zanetti Silva, 45 anos e Fabiana da Silveira Innocente Silva, 43, além do filho Gabriel Zanetti, 20 anos.

Um dia após o crime, os pais do jovem de 24 anos registraram um Boletim de Ocorrência pelo suposto furto de duas espingardas e da pistola 9 mm. Menos de 24 horas após o registro, a família declarou ter encontrado as espingardas, mas ainda não sabe o paradeiro da pistola. Em sua defesa, o rapaz disse ter reagido às agressões das vítimas e afirmou que a arma utilizada no crime estava nas mãos de um dos baleados.

A Polícia Civil (PC) já descartou que o homem tenha sofrido qualquer agressão por parte das vítimas e, segundo o delegado Rodrigo Pohlmann Garcia, titular da 4ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), não há nenhuma evidência até o momento de que alguma delas portasse armas. Em razão disso, Garcia acredita que há poucas novidades que possam alterar os rumos da investigação. “É pouco provável que ela mude muito o que já ouvimos das outras testemunhas.”

Segundo o delegado, as investigações apontam que o suspeito era praticante de airsoft, uma modalidade esportiva praticada com armas sem munição não letal, mas muito semelhantes “no formato e no peso” com uma normal. Na avaliação preliminar de Garcia, a prática o tornou capaz de manusear armas, e ao mesmo tempo pode ter condicionado seu comportamento. “A prática é um combate, isso deixa até o dedo mais leve”, explica o responsável pela investigação.

Como não tem idade para comprar uma arma legalizada em seu nome, o jovem era o “usuário” das armas compradas em nome dos pais. Diferente dos dois, ele não fez qualquer curso com um instrutor legalizado, tendo sido orientado apenas para combates tanto no esporte quanto no exército. Garcia diz que a falta de treinamento especializado foi perceptível durante o depoimento do rapaz. Conforme o delegado, ao questionar razão pela qual não atirou para o chão, o rapaz afirmou que esta atitude já havia sido tomada pela mãe e não teve resultado. “Ele simplesmente, como está condicionado, se posicionou para atirar de maneira letal”, diz o delegado.

Garcia também explica que mesmo que a mãe entregue a arma durante seu depoimento isso não isentará o jovem das acusações. Segundo ele, a arma precisará ser periciada já que, em tese, esteve em posse da família todos os dias antes de serem entregues. Após isso a polícia confirmará se ela foi a mesma utilizada no triplo homicídio.

 

Fonte:  Foto: Álvaro Grohmann / Especial / CP, Eduardo Amaral, Correio do Povo

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