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Titular da Secretaria Estadual da Saúde (SES) desde 2019 e com provável permanência no cargo a partir de janeiro, Arita Bergmann se tornou um dos alvos de ofensiva deflagrada pela Polícia Federal (PF). O caso envolve supostas irregularidades cometidas em 2017, quando ela comandava a pasta do setor em São Lourenço do Sul (Região Sul do Estado), sua cidade natal.
A investigação foi deflagrada neste mês, a partir dos desdobramentos de outra força-tarefa, realizada quatro anos atrás. Arita – que ainda não prestou depoimento – teve inclusive sua casa e gabinete incluídos no roteiro da nova operação, intitulada “Septicemia” (nome pelo qual também são conhecidos os quadros de infecção generalizada). Um telefone celular dela foi apreendido.
No foco da apuração estão ilícitos que teriam sido cometidos por meio de organização social especializada no assessoramento a órgãos públicos na área da saúde. A entidade teria se envolvido em fraude para ter seus serviços contratados por meio de processo indevidamente direcionado de licitação.
A PF suspeita que a então secretária municipal se envolveu em um acerto irregular com essa finalidade – primeiramente em São Lourenço do Sul e depois na vizinha Pelotas, onde também atuou.
Permanência bancada pelo governador
Durante entrevista coletiva após cerimônia oficial na Secretaria da Segurança Pública (SSP-RS) nesta segunda-feira (19), o governador Ranolfo Vieira Júnior foi questionado por jornalistas sobre o tema. Ele não apenas manifestou publicamente confiança na titular estadual da Saúde, como deu a entender que está disposto a bancar a permanência dela no cargo:
“Tenho conhecimento dessa investigação desde o dia em do cumprimento dos mandados de busca, sendo que a própria secretária nos comunicou do fato. Ela colocou tudo aquilo que poderia colocar à disposição da Polícia Federal, inclusive o seu sigilo. Os fatos [sob investigação] se referem a 2017, portanto não possuem qualquer ligação com o Estado. Além disso, a sociedade gaúcha é testemunha de que Arita Begmann realiza um excelente trabalho.
Arita Bergmann se manifesta sobre o caso
Por meio de nota à imprensa, Arita Bergmann se manifestou sobre a situação. O texto segue na mesma linha adotada pelo chefe do Executivo. Confira:
“A secretária estadual da Saúde, assim que tomou ciência dos fatos, comunicou ao governador. Arita Bergmann registrou à Polícia Federal o seu compromisso com a responsabilidade, probidade da gestão com a saúde do Rio Grande do Sul e a transparência dos atos realizados no âmbito da Secretaria, assim como ofertou desde já sua disponibilidade para levantamento de quaisquer dados sob sigilo, inclusive bancários e telemáticos. Cabe ressaltar, ainda, que, levando-se em conta o que já é de conhecimento público até o momento sobre o teor da investigação, a operação visa apurar contratos firmados com prefeituras, não havendo qualquer relação com a gestão de saúde estadual. Mais uma vez, a secretária se coloca à disposição da sociedade para qualquer esclarecimento.”
Trajetória
Arita Gilda Hübner Bergmann, 74 anos, é graduada e pós-graduada em Serviço Social pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Foi coordenadora do Serviço de Saúde e Assistência Social da prefeitura de Pelotas, chefe do Setor de Colocação de Mão-de-Obra do Núcleo do Sine de Pelotas e secretária da Saúde de São Lourenço do Sul.
Também atuou como coordenadora da Unidade de Saúde e Meio Ambiente da Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) e de cursos para formação de gestores ambientais e gerenciamento de resíduos sólidos. Na Secretaria Estadual da Saúde, foi diretora de Planejamento e gerente do Projeto Primeira Infância (PIM) de 2003 a 2006. Após exercer funções de diretora-geral e secretária-adjunta, foi escolhida titular da pasta pelo então recém-eleito governador Eduardo Leite (PSDB).
Fonte: (Marcello Campos), Foto: Divulgação/SES, Redação O Sul