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A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enfrenta nesta terça-feira (6) o veredicto do tribunal de primeira instância, que julga a acusação de corrupção contra a líder peronista. Ela teria concedido contratos fraudulentos para execução de obras públicas enquanto era presidente do país, entre 2007 e 2015. Embora a promotoria tenha pedido uma condenação de 12 anos de prisão e a cassação perpétua de seus direitos políticos, a vice-presidente não iria para a prisão imediatamente, por ter imunidade parlamentar.
Cristina está sendo processada pelos delitos de associação ilícita agravada e administração fraudulenta agravada. A promotoria sustenta que, juntamente com outras 12 pessoas, ela supostamente teria orientado a atribuição de licitações de obras públicas na província de Santa Cruz, seu berço político no Sul do país, em favor do empresário Lázaro Báez, com quem sua família teria ligações, segundo os promotores. Baéz também pode ser acusado a 12 anos de prisão e ter seus bens apreendidos.
Em caso de condenação na terça-feira, Cristina não irá imediatamente para a cadeia. Além de se tratar de uma decisão de primeiro grau, para a qual ainda cabe recurso, ela possui imunidade política como vice-presidente e presidente do Senado. Para que a líder peronista fosse presa, seria preciso uma autorização da Suprema Corte para o cumprimento da pena, após condenação em todas as instâncias.
Entre os 12 acusados no mesmo processo, além de Cristina e Báez, estão Julio de Vido, ex-ministro do Planejamento, e José López, ex-secretário de Obras Públicas. Durante o processo, foram ouvidas 114 testemunhas pelo tribunal, em 117 audiências.
Em sua última intervenção ao tribunal, a vice-presidente argentina afirmou que o julgamento na verdade seria um “pelotão de fuzilamento” e disse esperar uma condenação, mesmo alegando inocência. “Mais do que um tribunal do ‘lawfare’, este tribunal foi um verdadeiro pelotão de fuzilamento que começou com a incrível diatribe dos promotores Diego Luciani e Sergio Mola, que se dedicaram a me afrontar e me ofender”, afirmou.
A vice-presidente acusou os promotores de terem “inventado e deturpado” os fatos e garantiu que “ficou provado que eram falsos, que nem sequer existiram”.
“Difamaram, mentiram, insultaram a mim e ao nosso governo”, insistiu, avaliando que o julgamento tem “um objetivo disciplinador da classe política”, especialmente contra o seu “espaço político”, ou seja, o peronismo de centro esquerda.
Fonte: Foto: Reprodução, Redação O Sul