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Ex-chefe de polícia do Rio é preso; ele é suspeito por morte de bicheiro

O Ministério Público do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta sexta-feira (9), o ex-secretário de Polícia Civil Allan Turnowski. Ele foi preso por organização criminosa e envolvimento com o jogo do bicho. Turnowski deixou o cargo em março deste ano para se candidatar a uma vaga de deputado federal pelo PL.

Segundo as investigações, ele recebia propina do jogo do bicho e estaria envolvido em um plano para assassinar o bicheiro Rogério Andrade.

A defesa do ex-secretário disse que a prisão é um “movimento de perseguição política”. Informou ainda que entrou com um habeas corpus pedindo “a liberdade imediata em virtude do desconhecimento do processo”.

A ação é comandada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). Os mandados foram expedidos pelo juiz Bruno Rulière, da 1ª Vara Criminal Especializada.

O ex-secretário foi preso em continuidade às investigações sobre o delegado Maurício Demétrio, que está preso desde o ano passado, acusado de corrupção dentro da Polícia Civil. Demétrio é investigado por suspeita de forjar operações para incriminar adversários e também teria participação na morte do contraventor.

O delegado Antônio Ricardo, ex-diretor da Delegacia de Homicídios, também é alvo da operação. Agentes do MP cumpriam mandado de busca e apreensão na residência dele na manhã desta sexta. Antônio Ricardo é candidato a deputado estadual.

Allan é candidato pelo Partido Liberal (PL) e recebe apoio do governador Claudio Castro na sua candidatura a deputado federal. A advogada do delegado Antônio Ricardo disse que um celular foi apreendido, além de três outros aparelhos que estavam em sua casa.

“Por enquanto, ele está sendo investigado, e vamos apurar os fatos que estão sendo imputados a ele. É muito suspeito, em época de eleição, já que ele está vindo a deputado, aparecer uma busca e apreensão na casa dele, onde nada de ilícito foi encontrado”, diz a advogada Adriana Gláucio.

Nota da defesa de Allan Turnowski

“O delegado Allan Turnowski não soube até agora o motivo de sua prisão. Allan Turnowski afirma que a prisão de hoje foi um movimento de perseguição política, realizado por um grupo específico infiltrado no ministério público. Este grupo não quer que ele seja eleito por medo de ser investigado.”

Quem é Allan Turnowski

Turnowski foi chefe da Polícia Civil entre 2010 e 2011, durante o governo de Sérgio Cabral (MDB) e deixou a pasta durante uma investigação da Polícia Federal sobre um suposto vazamento de uma operação. O caso foi arquivado por falta de provas. O delegado sempre negou qualquer irregularidade.

Depois, em 2020, ele voltou ao posto – que passou a ser uma secretaria do governo do estado – onde ficou até o início deste ano, quando saiu para se candidatar. Sob sua gestão, a pasta inaugurou uma força-tarefa de combate às milícias, que até março de 2022 tinha contabilizados mais de 1,2 mil presos.

Turnowski também anunciou reformas em 25 delegacias e criou um prédio para o setor de Inteligência da Polícia Civil, no Centro do Rio. Durante sua gestão, no entanto, Turnowski foi criticado pelas 28 mortes em uma operação no Jacarezinho, em maio de 2021. O secretário sempre defendeu a ação da Polícia Civil.

Fonte: Foto: Polícia Civil/Divulgação, Redação O Sul 

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