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“Cego é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores”. A declaração foi da presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), desembargadora Iris Helena Medeiros Nogueira, parafraseando o poeta Mário Quintana, durante a cerimônia de lançamento do Movimento Rio Grande Contra a Fome no âmbito do Judiciário gaúcho, ocorrido na tarde desta segunda-feira (1º).
A magistrada enalteceu o protagonismo da Assembleia Legislativa, que começou a mobilização interinstitucional, em junho deste ano, contra a fome e a insegurança alimentar. “Estamos anunciando neste momento que o Judiciário do Rio Grande Sul irá destinar R$ 20 milhões para a campanha, que permitirá a aquisição de mais de 80 mil cestas básicas, beneficiando, em todo o Estado, mais de 320 mil pessoas necessitadas”, disse a magistrada.
Ela explicou que a distribuição das cestas será realizada pela Defesa Civil do Rio Grande do Sul, com base no Cadastro Único para Programas Sociais. Também comunicou que serão encaminhados ofícios para os Diretores dos Foros de todas as 165 Comarcas, solicitando a organização de pontos de arrecadação de alimentos, que serão repassados à Defesa Civil para o encaminhamento às pessoas em situação de extrema vulnerabilidade. “Estamos conclamando a adesão à causa com a colocação de caixas para coleta de alimentos não perecíveis na entrada das dependências dos prédios, bem como a realização de campanhas de arrecadação, mobilizando a sociedade civil nesta caminhada”, acrescentou a Presidente, ressaltando ainda que a adesão do TJRS ao Movimento Rio Grande Contra a Fome será vinculada ao projeto estratégico Judiciário Solidário.
O Governador Ranolfo Vieira Junior, em sua manifestação, destacou a grandeza de todos os Poderes e Instituições firmarem um verdadeiro mutirão em torno de um tema importantíssimo como é o engajamento no combate à fome. “O Executivo também pretende promover doações significativas, porém ainda precisamos ajustar algumas questões jurídicas, que já estão sendo analisadas pela nossa Procuradoria-Geral do Estado, principalmente em decorrência da legislação eleitoral”, disse ele.
A Gestora do Programa Judiciário Solidário, Desembargadora Gisele Anne Vieira de Azambuja, destacou a importância da atitude da atual Administração do TJ no que se refere ao engajamento concreto acerca do combate à fome. “Nosso Programa Judiciário Solidário busca a interação com os demais Poderes e Instituições em ações e campanhas que defendem pessoas necessitadas”, afirmou. A magistrada lembrou que o Judiciário Solidário já promoveu outras iniciativas como, por exemplo, doações de computadores, monitores LCD, itens de mobiliário e veículos para escolas, hospitais, universidades, Brigada Militar e Policia Civil.
O Gestor do Movimento Rio Grande Contra a Fome no âmbito do Judiciário, Juiz de Direito Marcelo Malizia Cabral, afirmou que “o evento de hoje é a demonstração de que os Poderes podem trabalhar em harmonia acerca de um tema fundamental para a sociedade sem abrir mão da independência e da autonomia de cada um dos participantes”. Disse ainda que “a mobilização está promovendo uma interação proativa da sociedade em torno da erradicação da fome no Rio Grande do Sul”, acrescentando que “é missão de um magistrado colaborar com as ações que possam reduzir desigualdades sociais”.
A Coordenadora Executiva do Movimento Rio Grande Contra a Fome, Paola Loureiro Carvalho, Assessora da Presidência da Assembleia, revelou que o Estado do Rio Grande do Sul, segundo dados do Cadastro Único para Programas Sociais, tem 1,2 milhão de pessoas vivendo em extrema pobreza, com renda per capita mensal de até R$ 105,00. “O intuito do Legislativo gaúcho sempre foi a união e a mobilização de todos os Poderes e Instituições acerca do tema e ficamos extremamente felizes com esta iniciativa adotada pela Administração do Tribunal de Justiça”, afirmou.
Fonte: Foto: Eduardo Nichele/TJ-RS, Redação O Sul