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Cerca de 50 policiais civis do Rio Grande do Sul e de Goiás realizam, na manhã desta quinta-feira (23), uma operação em cinco cidades gaúchas contra uma quadrilha que aplica o golpe dos nudes. Um fazendeiro da cidade de Rio Verde, no Estado de Goiás, perdeu R$ 480 mil no início deste ano ao cair no golpe.
O fazendeiro perdeu R$ 480 mil no início deste ano ao cair no golpe. Depois de repassar o dinheiro, ele percebeu que tudo não passava de uma farsa e procurou a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos de Rio Verde. O responsável pelo setor, após várias investigações, descobriu que o grupo criminoso é do Rio Grande do Sul e acionou a polícia gaúcha.
Durante o golpe dos nudes, os golpistas também se passaram por advogado, além de simularem depressão, tratamento psiquiátrico e até suicídio da falsa jovem com que o fazendeiro mantinha contato pela internet. Chegaram até mesmo a criar falsos acordos judiciais. São cumpridas ordens de busca e a preensão em Novo Hamburgo, São Leopoldo, Taquara, Igrejinha e Nova Santa Rita. Quatro pessoas já foram presas.
A operação foi deflagrada pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos de Rio Verde/GO, coordenada pelo Delegado Caio Martines e Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos e Defraudadores – DRCID/DEIC/RS, coordenada pelo Delegado André Anicet, e contou com o apoio operacional das delegacias de polícia de Novo Hamburgo, Taquara, São Leopoldo Igrejinha e Nova Santa Rita.
A ação foi chamada de “Sem Fronteiras”, pois as associações criminosas que atuam, como a que é alvo da presente investigação, vitimam pessoas de diversos entes federativos.
Anicet, que já prendeu vários integrantes de quadrilha que aplicam o golpe dos nudes, inclusive em ações conjuntas com policiais de outros Estados, diz que o esquema é praticamente o mesmo: contatos pelas redes sociais por meio de perfis de jovens que dizem ser adolescentes, troca de imagens pelo WhatsApp e depois ameaças por um falso pai da suposta adolescente e por falsos policiais. Em vários casos, os próprios homens são quem acionam as supostas adolescentes ao verem fotos sensuais de jovens bonitas.
Depois disso, os criminosos trocam as primeiras mensagens. Muitas vezes são presidiários se passando pelas moças. Na sequência, começam as mensagens em áudio. Nesta fase do golpe mulheres integrantes das quadrilhas são utilizadas. Até mesmo na troca de imagens íntimas, há casos em que os homens pensam estar se comunicando com adolescentes, quando na verdade são detentos.
A extorsão ocorre depois que os próprios presos — mas também há suspeitos que atuam para eles e que não estão detidos — se passam por pais das supostas adolescentes e também por policiais, forjando que a relação online teria sido descoberta pelos responsáveis. Para isso, montam cenários idênticos aos de uma delegacia e usam falsos agentes na hora em que ligam para as vítimas. Eles, que dizem ser agentes corruptos, ameaçam abrir inquéritos, realizar prisões, ingressar com processos ou até repassar as fotos para familiares das vítimas. Para que isso não seja feito, exigem dinheiro.
Fonte:Clic Camaquã