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Produtos químicos borrifados no ar podem provocar tontura, visão embaçada e até desmaios com perda dos sentidos. Segundo especialista, solventes como éter e clorofórmio podem ter efeito imediato semelhante ao do “boa noite, Cinderela”, droga utilizada por criminosos para dopar vítimas.
Nesta quarta-feira, 11 de maio, o portal de notícias G1, trouxe um depoimento, sobre uma passageira de transporte por aplicativo que afirmou ter sido dopada por um motorista durante uma corrida em São Paulo. Ela contou que sentiu um forte cheiro de produto químico no carro, e logo em seguida começou a sentir zonza e com a visão embaçada.
Mulheres em São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e de outros estados já denunciaram casos de motoristas de aplicativos que teriam tentado dopá-las durante as corridas, algumas durante a noite, mas também muitas em plena luz do dia.
Ainda segundo os especialistas, uma máscara do tipo PFF2 ou N95 bem ajustada ao rosto seria capaz de proteger da exposição aos solventes.
Esses equipamentos de proteção individual já eram utilizados por trabalhadores que lidam com substâncias químicas voláteis, mas o uso foi popularizado com a pandemia de Covid-19 porque também protegem da contaminação pelo coronavírus.
“Estando sem máscara, dificilmente o motorista também não sofreria o efeito de entorpecimento em ambiente fechado. Mas, estando principalmente com uma n95 ou PFF2, já seria suficiente. Elas são usadas na indústria para trabalhadores com solvente”, relata a farmacêutica toxicologista Paula Carpes.
Caso no Rio Grande do Sul
No início de março, a jovem Evelyn Moraes, de 22 anos, relatou ter sido intoxicada durante uma viagem em um carro de aplicativo em Porto Alegre (RS).
De acordo com Evelyn, o motorista contou que produzia aromatizantes para carro e perguntou se ela gostaria de sentir o cheiro. Como a jovem se negou a aspirar o produto, o motorista teria fechado as janelas do carro e ligado o ar-condicionado. Ela então começou a se sentir tonta e decidiu se atirar do carro em movimento. Ela teve lesões no quadril e na perna.
“Ele ligou o ar-condicionado. Quando chegou perto da minha casa, eu comecei a ficar tonta. O ar dele, no canto do motorista, estava fechado, só estava aberto o que vinha diretamente no meu rosto. Senti um cheiro estranho, de enxofre, e comecei a ficar tonta. Quando vi que ia desmaiar, me atirei do carro em movimento.”
Posteriormente, a Polícia Civil concluiu que o motorista não cometeu crime, e autora da denúncia foi indiciada por denunciação caluniosa. A Polícia Civil diz que não encontrou elementos de que Evelyn tenha se jogado do carro em movimento, mesmo após analisar imagens de câmeras de segurança e o laudo de atendimento do hospital onde a jovem foi atendida.
Durante a entrevista ao G1, Evelyn sustentou tudo o que disse à polícia, e disse que vai reunir provas e acionar seu advogado.
Com informações: G1