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Sete homens são presos em ação de combate à violência contra a mulher no Rio Grande do Sul

Sete homens foram presos nesta quarta-feira durante a operação Marias, que combate a violência contra a mulher em diversos locais do Rio Grande do Sul. A ofensiva, deflagrada pela Polícia Civil, cumpriu mandados judiciais e verificou medidas protetivas de urgência e denúncias referentes a crimes de violência doméstica e familiar em todo o território gaúcho. Das sete prisões, três foram realizadas em Porto Alegre. Seis armas de fogo, um facão, munição e drogas foram apreendidos.

Sessenta e um mandados de busca e apreensão e outros 19 de prisão preventiva foram cumpridos nesta quarta-feira, além de 95 verificações de medidas protetivas de urgência e denúncias referentes a crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher. No Rio Grande do Sul, que já soma 82 feminicídios em 2019 contra 93 em 2018, a ação ocorreu em 22 cidades onde existem uma delegacia especializada no atendimento à mulher, conhecida como Deam. Em Santa Maria, os policiais civis localizaram uma vítima de violência doméstica e que encontrava-se desaparecida. Ela estava bem e já foi acolhida.

Pela manhã, a Chefe de Polícia Civil, delegada Nadine Anflor, anunciou a realização da operação para lançar a campanha “#pcnos16diasdeativismo pelo fim da violência contra as mulheres”, cujo objetivo é conscientizar sobretudo os jovens. A iniciativa, que tem apoio da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), já pode ser vista no vidro traseiro de 50 ônibus que circulam em todas as regiões da Capital. Três peças publicitárias exibem ainda o disque denúncia (51) 98444-0606. “É um novo olhar da Polícia Civil. Não queríamos fazer mais uma campanha estimulando as mulheres a denunciarem, mas estimulando outras pessoas a se envolverem nesta causa, principalmente adolescentes”, explicou.

Houve também o anúncio de abertura da 23ª DEAM em dezembro em São Leopoldo e inauguração de mais quatro  “Sala das Margaridas” em Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento, as DPPAS, passando para um total de 11 até o momento no RS.

Para a delegada Nadine Anflor, a causa de morte de mulheres vítima de violência é o sentimento de posse e de propriedade dos homens. “Isso é uma questão cultural”, disse, observando que os adolescentes estão em formação e por isso precisam ser conscientizados. “Assim como a violência não escolhe idade, a coragem de denunciar e alertar também não”, complementou.

Já a diretora do Departamento Estadual de Proteção a Grupos Vulneráveis (DPGV), delegada Shana Hartz, destacou a importância da ação que visa combater a violência doméstica. Ela avaliou que a operação incentiva as vítimas a procurarem ajuda e inibe os agressores. “Temos de mudar a cultura da violência doméstica. Temos de conscientizar os adolescentes e toda a sociedade”, frisou. Coordenadora das DEAMs, a delegada Tatiana Bastos recordou que as mulheres vítimas de violência doméstica têm maiores dificuldades de buscar ajuda e fazer uma denúncia. “Quanto mais cedo chegar ao nosso conhecimento, mais fácil é conseguir de fato a prevenção”, ressaltou. Ela revelou que cerca de 72% das vítimas de feminicídio jamais procuraram ajuda e não tinham medidas protetivas de urgências, enquanto 69% delas não tinham nenhuma ocorrência policial contra o agressor.

 

Fonte: Foto: Alvaro Grohmann, Correio do Povo

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