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Preço de fertilizantes sobe até 5,8% no Brasil em uma semana com guerra na Ucrânia

A escalada da tensão geopolítica que culminou no início da guerra na Ucrânia já afeta o preço dos fertilizantes usados pelo agronegócio brasileiro. Levantamento realizado pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) mostra que os preços pagos pelo agronegócio brasileiro aumentaram até 5,8% em apenas uma semana.

Em dólar, o valor pago pelos fertilizantes derivados de ureia atingiu US$ 642 a tonelada no porto de Paranaguá, no Paraná, na quinta-feira (24). O valor é 5,8% superior aos US$ 607 registrados uma semana antes, em 17 de fevereiro, segundo a CNA.

Os fertilizantes derivados de cloreto de potássio tiveram aumento de 1,1% no mesmo período, para US$ 867 a tonelada em Paranaguá. Já os fertilizantes do tipo fosfato monoamônico tiveram alta de 0,5%, para US$ 971 a tonelada. A CNA nota que o preço desses insumos já estava em trajetória de alta, e a tendência se intensificou com a escalada dos problemas geopolíticos.

A entidade não relata problemas no fornecimento de fertilizantes. Nesse mercado, a Rússia é o maior exportador mundial (com participação de 13,3%) e a Belarus, o quinto (4,96%). Por outro lado, o Brasil é o maior importador mundial, com cerca de 13% de todo o volume comprado pelo planeta.

Trigo e milho

Outra preocupação do agronegócio é com o mercado de trigo e milho – duas das culturas em que Rússia, Ucrânia e demais países do leste europeu têm grande participação na produção e comércio global.

“Não há notícias sobre restrição às exportações da Rússia e Ucrânia ou comprometimento da produção até então. Contudo, os conflitos estão bem próximos de regiões produtoras de milho e trigo”, cita a CNA.

A entidade nota que é preciso atenção ao tema, já que produtores ucranianos devem começar a semear milho nas próximas semanas, em abril. “Se os conflitos se intensificarem, o plantio e produção podem ser prejudicados e, posteriormente, as exportações”.

A CNA reconhece que os preços no mercado internacional têm reagido imediatamente à evolução do noticiário geopolítico, mas a entidade acredita que, por enquanto, não há impacto imediato para o mercado brasileiro dessas culturas. “O impacto não deve ser imediato, pois a demanda brasileira por milho, trigo e soja é suprida pela produção nacional ou países do Mercosul, como é o caso da importação brasileira de trigo da Argentina.”

“O principal impacto na oferta de trigo e milho poderia ocorrer se as lavouras da Ucrânia fossem afetadas pelas invasões, ou se ambos os países restringirem os embarques dos grãos. Nesse último caso, mercados como a China serão impactados fortemente, já que é o principal importador de milho da Ucrânia”, cita a CNA.

Apesar de observar que, por enquanto, o risco para o Brasil em termos de fornecimento parece limitado, a CNA ressalta que é preciso observar a evolução do tema para novas avalições, e o Brasil não está imune às variações de preço. “Havendo redução de oferta e intensificação dos conflitos, os preços das commodities tendem a se elevar”.

Fonte: Foto: Agência Brasil, Redação O Sul 

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