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Ruas de Kiev viram principal campo de batalha na Ucrânia; mortos chegam a 198 no terceiro dia de ataques

A batalha pelo controle de Kiev, capital da Ucrânia, se intensifica ao longo deste sábado (26). Os combates se espalham pelas ruas, e explosões e tiros foram ouvidos durante a madrugada, enquanto as tropas russas avançavam sobre a cidade.

Pelo menos 198 ucranianos, incluindo três crianças, foram mortos como resultado da invasão russa, informou o chefe do Ministério da Saúde ucraniano ouvido pela agência local Interfax. Segundo ele,  1.115 pessoas ficaram feridas, incluindo 33 crianças. Não ficou claro se ele estava se referindo apenas a vítimas civis.

De acordo o prefeito da capital Kiev, Vitaliy Klitschko, um prédio residencial de mais de 20 andares foi atingido por um míssil. As equipes de emergência se dirigiram ao local. Não há informações de vítimas.

Equipes da CNN norte-americana na capital ucraniana relatam fortes explosões a oeste e sul de Kiev na manhã deste sábado. O céu, ainda escuro, iluminou-se com uma série de clarões no horizonte.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse neste sábado que a capital Kiev está sob controle da Ucrânia. “Nós resistimos e estamos repelindo com sucesso os ataques inimigos. A luta continua”, disse ele em uma mensagem pelas redes sociais.

De acordo com o governo ucraniano, um tanque e aeronaves do exército russo foram destruídas no combate desta madrugada. O Estado-maior das forças armadas informou que havia também ataques em outras cidades.

O Ministério da Defesa da Rússia disse que lançou ataques com mísseis de cruzeiro durante a noite contra alvos na Ucrânia, mas afirmou que visava exclusivamente a infraestrutura militar.

O ministério russo também afirmou que unidades das forças armadas russas assumiram o controle da cidade de Melitopol, no sudeste da Ucrânia.

Na sexta-feira (25), o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, procurou tranquilizar a comunidade internacional ao sobre ataque a civis. “Ninguém vai atacar o povo da Ucrânia”, disse ele durante uma acalorada conferência de imprensa, dizendo que “não houve ataques à infraestrutura civil”.

Vídeos, fotos e imagens de satélite analisadas e geolocalizadas confirmam que em várias ocasiões áreas densamente povoadas na Ucrânia foram atingidas pelas forças russas.

Presidente ucraniano divulga novo vídeo

Em um novo vídeo postado no Twitter na manhã deste sábado (26), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, negou quaisquer relatos de que a Ucrânia vai depor suas armas. A publicação trazia a legenda “não acredite nas falsificações”.

“Estou aqui. Não vamos baixar as armas. Estaremos defendendo nosso país, porque nossa arma é a verdade, e nossa verdade é que esta é nossa terra, nosso país, nossos filhos, e vamos defender tudo isso”, disse.

Em um tweet separado nesta manhã, ele acrescentou que havia acabado de falar com o presidente francês Emmanuel Macron. “Armas e equipamentos de nossos parceiros estão a caminho da Ucrânia”, escreveu ele. “A coalizão anti-guerra está funcionando!”

Em outra publicação, minutos mais tarde, Zelensky disse que era um “momento crucial para decidir a entrada da Ucrânia na União Europeia”.

“Noite difícil”

Em mensagem de vídeo direcionada aos seus conterrâneos pouco antes da retomada dos ataques, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a madrugada será difícil e que as forças russas se dirigirão à Kiev.

“O inimigo usará todas as forças disponíveis para quebrar a resistência dos ucranianos”, afirmou o presidente. Ele complementou dizendo que “temos que nos manter firmes”.

“Nosso principal objetivo é acabar com essa matança. As perdas inimigas são muito graves – hoje foram centenas de soldados mortos que cruzaram nossa fronteira e entraram em nossa terra”, afirmou o presidente, lamentando também a perda de vidas ucranianas.

Apesar de o presidente russo, Vladimir Putin, ainda não ter sinalizado uma desescalada da operação militar, o porta-voz do presidente ucraniano afirmou que Rússia e Ucrânia estão discutindo um local e horário para negociações.

Embora Zelensky tenha feito um discurso citando uma possível resistência, o porta-voz ucraniano Sergii Nykyforov afirmou, em uma rede social, que ” Ucrânia estava e continua pronta para falar sobre um cessar-fogo e paz”.

Também nesta sexta, o ministério da Defesa polonês anunciou ter enviado um comboio de munição à Ucrânia. É o primeiro carregamento de ajuda militar publicamente reconhecida que chega ao país desde a invasão. Vale lembrar que a Polônia é um dos países-membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), que está no centro da polêmica envolvendo as nações do Leste Europeu.

No início da noite, os Estados Unidos confirmaram que irão aplicar sanções pessoais ao presidente Vladimir Putin. A decisão, que segue a União Europeia, veio após uma conversa entre o presidente Joe Biden e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Conselho de Segurança da ONU

O Brasil e outros dez países votaram a favor da resolução da Organização das Nações Unidas (ONU) que condena a invasão russa à Ucrânia. Somente China, Emirados Árabes Unidos e Índia se abstiveram da votação do texto, redigido pelos Estados Unidos.

A Rússia votou contra o texto e, por ter poder de veto, não permitiu que a resolução entre em vigor. A reunião do colegiado ocorreu na noite desta sexta-feira (25).

Agora, a expectativa é de que o projeto seja analisado na Assembleia-Geral das Nações Unidas, que conta com 193 membros. Na reunião desta sexta, o Brasil declarou voto favorável ao projeto crítico à Rússia. Veja como votou cada país:

A favor: Albânia, Brasil, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido;
Contra: Rússia;
Abstenções: China, Emirados Árabes Unidos e Índia;

Na primeira manifestação oficial do Brasil condenando a invasão russa à Ucrânia, o embaixador Ronaldo Costa Filho criticou a “gravidade da situação”. “Renovamos nosso apelo pela cessação total das hostilidades, pela retirada das tropas e pela retomada imediata do diálogo diplomático”, afirmou o representante brasileiro.

O Itamaraty expressou “preocupação com a decisão russa de enviar tropas em operações militares em terra, causando perda de vida e perigo à população ucraniana”.

“As preocupações de segurança manifestadas pela Federação Russa nos últimos anos, particularmente em relação ao equilíbrio estratégico na Europa, não dão à Rússia o direito de ameaçar a integridade territorial e a soberania de outro Estado”, disse o embaixador brasileiro.

Países emitem declaração conjunta 

Cinquenta países emitiram uma declaração conjunta, nesta sexta-feira (25), dizendo que a Rússia abusou de seu poder de veto ao bloquear uma resolução do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenando a invasão da Ucrânia.

A declaração foi lida em voz alta pela embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, após a reunião. Ela foi acompanhada por representantes de muitos dos países que assinaram a declaração.

Onze países votaram a favor da resolução (Albânia, Brasil, Estados Unidos, França, Gabão, Gana, Irlanda, México, Noruega, Quênia e Reino Unido). China, Índia e Emirados Árabes se abstiveram.

Números da guerra

O Ministério de Defesa da Ucrânia afirmou que suas forças armadas mataram mais de 1.000 soldados russos desde que a invasão começou.

“A Rússia não sofreu um número tão grande de baixas durante este período de hostilidades em todo o período de sua existência em nenhum dos conflitos armados que iniciou”, diz uma publicação nas redes sociais do ministério.

Ainda segundo a pasta, 30 tanques, sete aeronaves e seis helicópteros do exército russo foram abatidos.

Na noite deste sábado, o governo ucraniano afirmou ter destruído um tanque e mais aeronaves russas.

Segundo afirmou o embaixador da Ucrânia na ONU, Sergiy Kyslytsya, durante reunião do Conselho de Segurança, mais de 140 pessoas foram mortas do lado ucraniano e outras 360 ficaram feridas durante o primeiro dia de invasão russa.

Dos cerca de 500 brasileiros que vivem na Ucrânia, 180 procuraram a embaixada do Brasil no país para pedir ajuda ou informações, segundo comunicado do Itamaraty. A procura tem aumentado consideravelmente – na quarta-feira (23) o número era de 93.

Na Ucrânia, a população se divide entre se proteger em estações de metrô adaptadas como bunkers e tentar sair da região rumo ao oeste. Longas filas se formaram nas principais avenidas de Kiev. O presidente ucraniano convocou a população para defender o país e disse que “cidadãos podem utilizar armas para defender território”.

Fonte: Foto: Reprodução, Redação O Sul

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