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Claro, Vivo e TIM arremataram os três lotes na faixa de 3,5 GHz (gigahertz ), considerada a principal do leilão do 5G realizado pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Apesar disso, operadoras de telefonia já fazem propagandas sobre a disponibilidade do 5G em algumas cidades brasileiras, e aparelhos compatíveis exibem o ícone dessa rede.
No entanto, a conexão disponível em alguns municípios ainda não é considerada o 5G “puro”. Na verdade, trata-se do 5G DSS (Compartilhamento Dinâmico de Espectro, na sigla em inglês), que funciona como transição entre a quarta e a quinta geração da rede.
Ela herda o nome do 5G porque é baseada em um protocolo de comunicação definido pelo consórcio 3GPP, que reúne empresas responsáveis pela padronização global das tecnologias móveis. Justamente por isso, aparelhos compatíveis com a rede indicam que há conexão com a novidade.
Na prática, essa rede usa as mesmas frequências do 4G com uma velocidade maior, mas não chega a entregar o potencial máximo do 5G, que só será atingido com a instalação de uma nova infraestrutura que entregará o 5G SA (standalone, ou autossuficiente, na tradução para o português).
As frequências são como “rodovias” por onde os sinais caminham. O 5G DSS divide a mesma “rodovia” do 4G. Agora, a Anatel está leiloando as frequências para o 5G SA.
Mais velocidade
A promessa das operadoras que oferecem o serviço 5G DSS no Brasil é de downloads que podem chegar a 500 Mbps (megabits por segundo).
No uso do dia a dia, os valores são menores, mas superam a média da velocidade do 4G, que é de 17,1 Mbps, de acordo com um relatório da consultoria Opensignal. A disponibilidade dessa tecnologia ainda é limitada: somente alguns bairros de poucas cidades possuem essa conexão.
Apesar de o 5G DSS não entregar toda a capacidade da quinta geração de redes móveis, ele é importante, principalmente enquanto a nova infraestrutura ainda é instalada. Quando um local não tiver uma cobertura ampla da conexão, o 5G DSS ajudará na continuidade.
A instalação da rede 5G SA, que acontecerá após o leilão das frequências pela Anatel, vai trazer as principais características da nova geração de internet móvel. Entre elas, está a baixa latência – um tempo mínimo de resposta entre um aparelho e os servidores de internet.
A latência é a responsável pelo atraso que acontece em ligações em vídeo, quando é preciso esperar alguns segundos até que a pessoa do outro lado veja e ouça o que falamos. O 5G SA promete um tempo de resposta quase que instantâneo, que permitirá o avanço de tecnologias como os carros autônomos e a telemedicina. Cirurgias feitas remotamente, por exemplo, serão mais confiáveis quando a rede oferecer um tempo de resposta mínimo.
Ainda existem poucas redes 5G SA ao redor do mundo e mesmo as regiões que contam com essa opção utilizam a tecnologia DSS para dar apoio à infraestrutura inicial da nova rede, segundo a consultoria Opensignal.
Fonte: Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil, Redação O Sul